O ciclo de graduação na UNILA encerra-se para cerca de cem acadêmicos, que participam das próximas solenidades de colação de grau da Universidade, divididas em dois grupos. A primeira delas ocorre nesta quinta-feira (21), e a outra será realizada no dia 12 de janeiro. Ambas as cerimônias ocorrem no auditório do Jardim Universitário, às 18h30.
Os formandos são acadêmicos pertencentes a 14 cursos da UNILA e de 9 nacionalidades – além de brasileiros, recebem o título discentes do Equador, Uruguai, Paraguai, Peru, Argentina, Venezuela, Colômbia e Bolívia. Durante a cerimônia, haverá uma homenagem aos estudantes que foram vítimas do acidente no último sábado (16), com um minuto de silêncio.
Formandos
Cerimônias de formatura ocorrem nesta quinta-feira (21) e no dia 12 de janeiro no auditório do Jardim Universitário
Entre os formandos do primeiro grupo estão dois argentinos da cidade de Tucumán, norte da Argentina: Inés Varela, do curso de Letras, Artes e Mediação Cultural; e José Nicolás Albornoz, formando de Relações Internacionais e Integração. Ambos mencionam que, ao longo de quatro anos, a convivência multicultural presente na Universidade foi um dos pontos mais marcantes na trajetória acadêmica e pessoal.
A argentina Inés Varela irá colar grau no curso de Letras, Artes e Mediação Cultural
"A presença de pessoas de diferentes países e de diversas regiões do Brasil fez com que a mediação cultural estivesse bastante presente. E o que a gente estuda nos livros também estava lá, no dia a dia da sala de aula. Também aprendi muito sobre escritores uruguaios e paraguaios, e diferente línguas, inclusive o guarani”, conta Inés. “Lembro que, em sala de aula, poderíamos falar das Farc, da Colômbia, por exemplo, conhecendo o discurso oficial e dos jornais hegemônicos. O diferencial é você ter uma pessoa na sala de aula que possa contar sua própria experiência, te dar uma visão única e singular do tema em questão. Isso faz você abrir os olhos e sair de uma cápsula em que muitas vezes estamos envoltos”, relata José.
Na formação acadêmica, a estudante Inés descreve, ainda, que vivenciou diversas possibilidades que encontrou na Universidade. “Participei dos espaços políticos, de monitoria, de extensão, de pesquisa e tentei aproveitar ao máximo. Tive oportunidade de fazer pesquisas em áreas diversas, como o discurso das mídias argentinas sobre as políticas migratórias”, conta. No caso de José, o tema de pesquisa central foi sobre as relações e potencialidades da Unasul e União Africana no marco da cooperação Sul-Sul. “Acredito que a Universidade prepara para que as pessoas possam contribuir socialmente também. Sei que não vou mudar o mundo, mas pretendo trabalhar ajudando países considerados marginalizados”, projeta o estudante.