EMANUEL CANCELLA - via Tribuna da Imprensa
Países como o Equador, em nosso continente, que em 2007 fez auditoria reduziu em 70% sua dívida e triplicou o investimento na área social.
Bolsa Família gastou R $ 27 BI, meio por cento do PIB em 2015, e no máximo a família recebe R$ 195,00 (1,3,4).
Por outro lado, em 2015, o Brasil pagou de juros da dívida ou Bolsa Banqueiro, R$ 1.356 trilhão ou 47% do orçamento da União (2).
Abordo este tema por conta de um debate de bar, hoje, sábado, dia 06/01/18, no Flamengo, zona sul do Rio. Incrível como as pessoas de classe média criticam o Bolsa Família, e nem sequer tocam no Bolsa Banqueiro.
Vale lembrar que a quase a totalidade do dinheiro do Bolsa Família alimenta o círculo virtuoso da economia, já que vai comprar comida, impulsionando assim a agricultura e indústria, gerando emprego e renda levando a União, estados e municípios a arrecadar impostos que poderão financiar serviços públicos.
Essa Bolsa-Família também obriga as mamães a fazer o exame pré-natal, a vacinar os filhos e a mantê-los na escola. O êxito do Bolsa Família se expressa na saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU e o motivo por que 52 países estão adotando esse modelo de programa social para combater a fome (5).
Já no Bolsa-Banqueiro, os R$ 1,3 trilhões que pagamos da dívida vão direto para especulação financeira. Nada desse valor é investido no país! Vale lembrar ainda que não abatemos um centavo da divida, este valor é somente para pagar juros.
A PEC (241) da Morte congelou por vinte anos os investimentos na área social. Foi aprovada em comissão de Constituição e Justiça, depois no Congresso Nacional e sancionado pelo golpista MiShell Temer. Ou seja, nosso Executivo Legislativo e Judiciário concordam que funcionários públicos, como os policiais do Rio Grande do Norte, fiquem sem salário, entretanto permitem que o Bolsa- Banqueiro fique intocável.
A nossa Constituição de 1988 aprovou uma auditoria cidadã da dívida que até hoje não foi implementada. Quem já teve dívida com banco ou agiota sabe que, quando questionamos ou negociamos, essas dívidas se reduzem drasticamente. Com a dívida do país não seria diferente! Países como o Equador, em nosso continente, que em 2007 fez auditoria reduziu em 70% sua dívida e triplicou o investimento na área social (6,7).
A crítica que ouvimos dos partidos de esquerda é que os governos do PT não fizeram auditoria cidadã da dívida, prevista na Constituição, o que é correto, mas a sociedade não reclama disso.
Lamentavelmente, na base da sociedade, a crítica majoritária é ao instituto do Bolsa Família, como se os banqueiros fossem uns coitadinhos é os pobres do Bolsa Família fossem um bando de vagabundos!
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