Da Assessoria - Nos intervalos das aulas e fins de semana, estudantes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) trocam a sala de aula por ambientes esportivos. Basquete, vôlei, natação, handebol, dança, artes marciais, xadrez e futebol são algumas das modalidades esportivas praticadas pelos acadêmicos, seja por meio de iniciativas informais, seja de maneiras mais estruturadas, com a formação de associações atléticas.
As atléticas na UNILA são formadas por áreas afins – a de Medicina; a das Engenharias e de Arquitetura; um coletivo das Biológicas; de História; e, em formação, a atlética de cursos do Instituto de Economia, Sociedade e Política (ILAESP). Esses grupos participam de atividades entre si, e também de competições externas, nas quais interagem com estudantes de outras universidades de Foz do Iguaçu e da região. Entre essas competições estão o Joia Oeste, com participação de atléticas do Oeste do Paraná, e a Joia Fronteira, torneio que inclui 22 modalidades esportivas e equipes de Foz do Iguaçu e outras cidades da Região Trinacional.
O estudantes de Saúde Coletiva, Matheus Fontes, acredita na prática do esporte para melhorar a saúde física e mental
“Para entrarmos no Joia Oeste, perguntaram sobre o nosso diferencial. Acredito que seja o fato de termos estudantes da América Latina e uma integração entre atletas de diferentes nacionalidades. Além disso, nessas competições, há uma integração com estudantes de fora. E, nesses momentos, quando acontece a conversa, a gente conhece a cultura do outro e diminuem as barreiras”, relata o discente Valdir Bastos, do curso de Engenharia Civil de Infraestrutura e integrante da atlética das Engenharias e de Arquitetura – a Gran Carpincho.
Vida acadêmica
A participação em competições e atividades esportivas também acontece fora das atléticas, como no caso de um grupo estudantes, que realiza informalmente treinos e jogos de handebol, na quadra da unidade Jardim Universitário da UNILA. São acadêmicos de cursos e nacionalidades diversos, com níveis de experiência esportiva variados. O discente chileno Francisco Bascuñan, do curso Administração Pública e Políticas Públicas da UNILA, atuou pela seleção chilena sub-18 de handebol e jogou profissionalmente no Brasil. Atualmente, Francisco é um dos responsáveis pelos treinos da modalidade na Universidade. “Conheci, na UNILA, mais pessoas por meio do esporte, que complementa minha vida universitária. Temos vários tipos de vidas universitárias, que não é só estudo, mas envolve também outras formas de relações sociais, que pode ser por meio da dança, do teatro, da música ou do esporte”, aponta o discente atleta.
Os treinos de handebol são realizados no ginásio da unidade Jardim Universitário
Outro incentivador das práticas esportivas na vida acadêmica é Matheus Fontes, estudante do curso de Saúde Coletiva. Em sua atuação na Cruz Vermelha brasileira, ele relata o uso do esporte como método de promoção da saúde. “Nada melhor que eu agir como sanitarista, fazendo este tipo de atuação, de tentar trazer as pessoas que não têm nenhum tipo de habilidade para esse mundo [do esporte], ver que ela é capaz, e que isso pode fazer uma diferença na sua vida acadêmica. E muita gente que conheço realmente mudou, e está mais disposto”, conta. O estudante lembra que a prática do esporte produz hormônios específicos, que atuam na saúde física e mental. “Eu tive uma diferença gritante em relação à atenção em aula, melhora na prática do estudo e de conseguir ficar mais tempo focado naquilo que tenho que fazer”, diz.
Da quadra para o ambiente dos tatames, o estudante Renan Peixoto, do curso de Ciências Econômicas, compartilha sua experiência e conhecimentos do Muay Thai, ofertando aulas gratuitas aos colegas da UNILA. “O esporte tem uma capacidade gigante de integrar e formar pessoas que sabem trabalhar em coletivo, que respeitam e ajudam ao próximo. A prática de Muay Thai é um espaço de aprendizado e humanidade, aprendemos em grupo e de forma conjunta. Além disso, há os benefícios diretos e indiretos para a saúde”, aponta.
Grupos de torcida
Fora das quadras, dentro do ambiente esportivo, a UNILA conta com a bateria "Fúria Latina", que faz barulho para apoiar a Acadêmica Gran Carpincho durante os torneios. Formada em 2017 por acadêmicos das Engenharias e de Arquitetura da Universidade, o empenho nos treinos e a energia dos estudantes torcedores renderam inclusive o prêmio de melhor torcida no torneio Joia Oeste, em uma votação eletrônica.
O grupo Kapi'ytãs e a bateria Fúria Latina garantem a animação da torcida durante os campeonatos que têm participação de times da Universidade
Outra forma de torcida organizada é o grupo de líderes de torcida, intitulado Kapi'ytãs. O grupo realiza treinos com ajuda de um técnico da área de dança. A torcida é realizada com técnicas que misturam dança, coreografia, ginástica e acrobacia. “No início era só do grupo de Engenharia e agora abrimos para outros cursos, de pessoas que tenham interesse em representar a Universidade, inclusive dentro de um projeto de levar apresentação nas escolas para mostrar que existe a UNILA”, conta Fernando Calegari, estudante do curso Engenharia Civil de Infraestrutura e integrante do Kapi'ytãs.
Esporte na UNILA
Diante das demandas esportivas que nasceram dos estudantes, a pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da UNIILA tem buscado espaços para fortalecer diálogos com os discentes, cujas iniciativas de práticas desportivas têm se diversificado ao longo dos anos. A pró-reitora Ana Paula Araújo Fonseca destaca a importância da parceria com coletivos, para que as propostas tenham continuidade, inclusive com apoio de projetos institucionais. Uma das ações para contribuir, nesse sentido, foi o lançamento de um edital para fomentar a área de lazer e esporte por meio de cinco projetos. “A expectativa é de que esses projetos sejam elementos de fortalecimento da frente de esporte e lazer. Os estudantes dessas propostas serão convidados para pensar junto com a PRAE essas áreas da assistência estudantil”, aponta.