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Saiu no New York Times: Uma estratégia para “sepultar Lula”
  Data/Hora: 26.jan.2018 - 17h 6 - Categoria: Politica  
 
 
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“Uma ação em que promotores e juízes atuaram de forma parcial, sem aderência à lei e violando as garantias do réu, é grande ameaça para a democracia”

 

 26/01/2018 15h39

Uma estratégia para sepultar Lula – Hernán Gómez Bruera*

 

 

Para o público que não conhece as particularidades do caso, a notícia de que um ex-presidente é julgado por corrupção em uma nação latino-americana – onde a impunidade geralmente é a regra – pode parecer um avanço. No entanto, um processo judicial em que os promotores e juízes atuaram de forma parcial, sem aderência à lei e violando as garantias do réu, constitui uma grande ameaça para a democracia e um evento que – no meio do ano eleitoral – será um motivo para incerteza e tensão entre os brasileiros.

 

 

A sentença do juiz Sérgio Moro, ratificada esta semana, é recebida dezessete meses depois que Dilma Rousseff foi detida pela presidência por meio de uma operação política de legalidade duvidosa e depois que o Congresso livrou o presidente Michel Temer, sobre quem há provas de corrupção.

 

 

Ao ratificar a sentença impostas a Lula e aumentá-la de nove a doze anos, os três juízes federais – em busca de estrelato político semelhante ao do famoso Moro – validaram por unanimidade um julgamento de origem viciada e sem o tipo de evidência que exige um processo criminal.

 

 

A investigação nunca conseguiu provar que Lula tinha uma única conta bancária ou uma propriedade indevida. Os juízes não só ignoraram as declarações de 73 testemunhas que contradizem as acusações do ex-diretor da empresa de construção OAS e os diversos recursos interpostos pela defesa do ex-presidente. Também não consideraram uma carta aberta assinada por numerosos intelectuais, ativistas e políticos latino-americanos, nem o estudo detalhado da sentença por mais de uma centena de advogados e estudiosos que desmantelaram todas as premissas da sentença do juiz Moro. Juristas internacionalmente reconhecidos criticaram duramente o processo. Mesmo o teórico da garantia legal, Luigi Ferrajoli, advertiu que o julgamento contra Lula se caracterizava por sua “impressionante falta de imparcialidade”.

 

 

Os próximos meses serão de incerteza para o Brasil, onde um processo eleitoral judicializado será realizado. A decisão não é a última instância. Lula poderá levar o seu caso ao Supremo Tribunal Federal. Embora ele possa ser preso nas próximas semanas, é mais provável que os juízes lhe permitam esgotar o processo em liberdade.

 

Quanto às eleições, o Partido dos Trabalhadores (PT) provavelmente registrará Lula como candidato e levará a disputa até o fim. No final, se a condenação for ratificada pelo tribunal mais alto do país, poderá ser substituído até vinte dias antes da eleição.

 

Com a sua decisão, os juízes brasileiros deram carta branca a um conjunto de perigosas práticas legais que criam um estado de exceção típico dos regimes autoritários. Parece que, no poder judicial brasileiro, vale tudo em um julgamento anticorrupção: de romper as regras de um processo criminal, inventar figuras legais inexistentes ou manipular mecanismos de detenção preventiva.

 

Para mim, é difícil encontrar outra motivação para permitir essas irregularidades do que separar Lula da Silva da campanha presidencial deste ano, na qual o líder ex-sindical é ainda o favorito claro. Da pesquisa mais conservadora (Datafolha) para a maioria dos esquerdistas (Vox Populi), eles concordam que o ex-presidente receberia mais de 40 milhões de votos nas eleições de outubro.

A direita brasileira há muito compreendeu que Lula é eleitoralmente imbatível. Talvez seja por isso que uma via judicial foi desenhada para removê-lo do poder, transferindo para os tribunais uma decisão que em uma democracia deveria corresponder aos cidadãos. Talvez seja por isso que a Bolsa de Valores de São Paulo reagiu com alegria na ratificação da decisão.

 

A estratégia não só procura desabilitar eleitoralmente o ex-presidente (em poucos meses, saberemos se isso finalmente acontece), mas também prejudicar sua imagem e reputação. O objetivo é pôr fim ao mito de um líder que capacitou os setores populares, causar um golpe mortal à esquerda brasileira e promover uma agenda econômica, política e social conservadora.

Assim, desde o primeiro momento, o julgamento contra Lula foi travado na mídia – esmagadoramente contrária a Lula e ao PT -, onde os juízes e procuradores se dedicaram a expressar opiniões políticas e até mesmo a comentar os processos que estavam sob sua jurisdição exibindo seu viés parcial.

 

No escândalo Lava Jato, onde esta investigação contra Lula foi inserida, políticos de todas as partes estão envolvidos, tanto no governo como na oposição, bem como os donos das maiores empresas de construção (incluindo OAS e Odebrecht). A corrupção é sistêmica com a política brasileira. Sem corrupção, as campanhas políticas não são financiadas nem as maiorias parlamentares são garantidos.

 

Claro, combater essa corrupção não só é louvável, mas também é necessário. O problema da suposta cruzada moral é que os promotores e juízes que a levam para frente, em sua ânsia de se tornarem super-heróis e promoverem-se politicamente, investigaram com maior agilidade e dedicação figuras de partidos políticos de esquerda e Lula com uma particular violência. Não em vão, o juiz Moro tornou-se tão popular em setores identificados com a direita, na medida em que aparece em algumas pesquisas como concorrente potencial.

 

O objetivo do processo contra Lula da Silva não foi promover o surgimento de uma nova república de honestidade e transparência, mas tirar o rival mais temido do caminho. Portanto, ainda que Lula eventualmente saia ileso desse julgamento, ele terá que enfrentar vários outros processos, talvez “igualmente infundados e politicamente motivados”, como muitos analistas avaliam.

 

Se Lula não chegar ao final da disputa pela presidência, outros candidatos menos competitivos podem fazê-lo com seu apoio, como o advogado Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo ou o ex-ministro Ciro Gomes, hoje afiliado ao PDT, com quem o PT poderia se aliar.

 

 

Independentemente do que finalmente aconteça, a verdade é que, presente ou não nas próximas eleições, a figura de Lula continuará a influenciar a política brasileira por muitos anos, mesmo que as elites de direita insistam em sepultá-lo e apesar do incalculável custo político que isso poderia ter para a democracia brasileira.

 

*Hernán Gómez Bruera é pesquisador especializado em América Latina no Instituto Mora na Cidade do México. Ele publicou, entre outros livros, “Lula, o Partido dos Trabalhadores e o dilema da governança no Brasil”

 

 

Angelo Martins Acho q vc cachopa ta na profissão errada , pq o jornalista ele tem q narrar os fatos e não tomar posição , VC deveria ser advogado de porta de cadeia pq vai gostar de defender bandido lá não sei aonde
 
João da Silva
João da Silva Eu acho que você leu a matéria e não entendeu, Angelo. A matéria é do New York Times, um dos maiores jornais do mundo e o jornalista que escreveu essa matéria é uma das melhores cabeça da redação daquele conceituado órgão de imprensa... Quantos as minhas matérias, devo concordar com você que não sou do tipo desses jornalistas chapa branca que só fala o que o patrão quer. E pesquiso, investigo e sempre que preciso for, coloco sim o meu ponto de vista para esclarecer os fatos...
 
João da Silva
João da Silva E quanto ao Lula, um dos seus maiores defeitos e por isso mesmo não serve para ser presidente da Republica - é por que ele gosta de pobre, gosta de negros e tem o dom da oratória. Se deixar o cara falar e dizer o que pensa, ele incomoda - diria até é imbatível. Veja que mesmo vindo de família humilde, um simples metalúrgico, por 12 anos consecutivo colocou no chinelo a poderosa Fiesp do Estado de São Paulo, elegendo-se, mesmo contra a vontade da poderosa Globo por duas vezes presidente da República e reelegendo a sua sucessora. Isto assusta os poderosos que tiveram agora de se juntar ao Poder Judiciário para tentar barrá-lo das eleições desse ano...
 
Rosenir Dutra de Oliveira
Rosenir Dutra de Oliveira E ISSO AI JOÃO. TO COM TIGO COMPANHEIRO.KKKKK ABRAÇO SAUDADES DE SMI.
 
Alexandro Alcará
 
João da Silva
João da Silva Se isso é fake news para você, acho bom uma consulta ao psiquiatra urgente..., e, se estais dirigindo, sugiro que visite o Detran e entregue a sua habilitação, pois pode confundir esquerda com a direita e entrar na contra mão...
Roseli Baritieri
Roseli Baritieri Falou tudo João.
 
 
Rosenir Dutra de Oliveira
Rosenir Dutra de Oliveira SE PRECISAR DE HABILITAÇÃO. FALE COM RAMPINELLI OU NENE MACHADO
 
 
 
 
Cristóvão Krepki
Cristóvão Krepki · 
O jao da Silva é do pmdb há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há há
 
Moises Sachetti
Moises Sachetti Este Herman Gomes Bruera , é estagiário falando de Brasil!!!
 
João da Silva
João da Silva E você viu como ele fala com conhecimento de causa, Moises...
 
Moises Sachetti
Moises Sachetti IMPORTANTE, mas tão, que todos aqui JAMAIS tinham ouvido falar dele !!! Te apruma Xomano !!! O sujeito é bandido e tu tá defendendo ele!!!
 
João da Silva
João da Silva Você notou Moises que o Lula é Bandido, fulano e beltrano é bandido... Mas e daí? Não seria de visitar a delegacia mais próxima e apresentar as provas e pedir para colocar o cara na cadeia? Ou será que ele é bandido por que diz o que pensa e o seu pensamento não é de direita?
 
João da Silva
João da Silva Não seria mais prático, com o curso superior que tens, fazer um artigo e contrapor o seu ponto de vista? Ou será que é bem mais prático rotulá-lo de bandido, assim como a mídia e parte deste judiciário aloprado com o Lula, tentando colocar no colo dele um triplex, que até mesmo uma juíza de segunda instância de Brasilia já empenhorou para pagar divida da OAS a legítima proprietária
 
Vanilda Scheffer Justo
Vanilda Scheffer Justo João esquece o Lula, pare com essa argumentação, pra ficar meio na esquerda, pense que o Ciro pode ser uma alternativa, já foi até ministro do Lula... Tá na hora de mudar esse teu discursso...
 
João da Silva
João da Silva Esse que é o problema Vanilda... Hoje o único caminho para não deixar essa direita aloprada e defender o Lula até o fim tendo na chapa o Ciro como vice. Lá na frente, já com a candidatura alavancada e sobrando nas pesquisas, se preciso for, sai Lula e entra Ciro e um novo nome de vice... Esse é o pensamento.
 
Vanilda Scheffer Justo
Vanilda Scheffer Justo João o Ciro não vai se aliar ao PT, não acredito nisso, quero o PT, PMDB e PSDB fora...E dentre esses três, digo que o PT conseguiu superar todos..
 
João da Silva
João da Silva Se você acredita nisso é por que não deves estar acompanhando os últimos diálogos. Até mesmo a Gleisi que andava falando mal do Ciro, já mudou o disco e hoje já existe sim, um pacto entre os partidos de esquerda para derrotar essa direita que entre uns e outros tem esse aloprado chamado Bolsonaro. Um perigo ambulante, um desastre par ao país...
Moises Sachetti
Moises Sachetti João, caríssimo Amigo!!! Resta-me o respeito , fraternal a vc... A estes que defendes , assistimos a cada dia , não o compromisso com o povo, e sim o projeto “PT , ELITE DO PODER”..,ouvir, avaliar, comprar ...PESSOAS,PARTIDOS,Instituições , Empresas, IMPRENSA!!!
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João da Silva
João da Silva Ledo engano, Moises - e confesso, a minha amizade e o meu respeito por você e toda a sua família é recíproco. Em todos os partidos, e estamos vendo isso todos os dias existem pessoas boas e pessoas más. Eu defendo o que esse cara fez como presidente da República, seus oito anos de governo foi quando o país viveu os melhores momentos em 500 anos, tratando-se de inclusão social e respeito a vida e aos que menos tem...É um grande líder, desses que gosta de povo, tem sintonia com o povo e sua alma é a extensão do seu próprio corpo. Isso que eu não sou e nunca fui PT;;;
 
 

 

 

 
 
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