Na semana passada, estive visitando o Delegado Sampaio e ele me adiantou que praticamente, nada avançou, "além do que já lhe repassei pessoalmente e do que já foi divulgado pela imprensa", me disse ele.
- O caso já está sendo arquivado, então, perguntei.
- “Arquivado ainda não, mas não temos nenhum outro fato novo sobre esse caso além do que já foi divulgado e noticiado. No momento estou correndo atrás de outros casos bem mais importante – como estupro de vulnerável, por exemplo,” foi me dizendo.
Como parecia que estava momentaneamente desconfortável com alguma situação ou, pelo visto, muito ocupado, tendo em vista que me atendeu no corredor - sem aquela costumeira simpatia que sempre o caracterizou no atendimento a imprensa – apenas lhe agradeci pela informação e deixei de lado a intenção de demonstrar a ele outras informações que no meu ponto de vista poderia ajuda-lo nessa investigação.
Recordando o caso:
Jessica de Jesus dos Santos de 22 anos de idade foi encontrada morta no dia 16 de dezembro de 2017 na Rua Castro Alves, no centro de São Miguel do Iguaçu, dentro de um Edifício onde os condôminos só tem uma entrada de acesso ao prédio. Existe câmara de monitoramento na entrada – mas não estava funcionando.
As últimas imagens que se tem de Jéssica são dela saindo do seu local de trabalho (Grazy Flores) que fica na mesma Rua a mais ou menos uns 70 metros do local onde ele residia. O laudo da perícia comprova que a sua morte deu-se por asfixia mecânica com fratura na cervical.
Repercussão do caso
Esse caso teve uma grande repercussão na comunidade, por diversos fatores, entre eles, o silêncio dos meios de comunicação local sobre este fato, mesmo estando presente e fazendo cobertura no local, vários órgãos de imprensa.
Na primeira coletiva que concedeu a imprensa, no dia 10 de janeiro, portanto quase um mês do ocorrido, Sampaio relatou que era um absurdo o que estava se comentando nas redes sociais. “Estou aqui para esclarecer de que tudo o que estão dizendo não é verdade. E também para dar uma satisfação à família que está indignada e com toda a razão”, disse ele.
Segundo Dr. Francisco, o que ocorreu é que no primeiro momento, como ela morava sozinha, levou-se em consideração a hipótese de suicídio. “É do conhecimento de todos que até mesmo a imprensa não gosta de noticiar suicídio. Como o laudo demorou a sair, hoje já se sabe que não foi suicídio e sim um homicídio”, explica, “o laudo mostra que ela morreu por asfixia mecânica e mostra também uma fratura Cervical”.
Outro dado importante para combater os boatos é que o laudo também explica que: “o exame em seu útero demonstra que ela não estava grávida, como estão comentando nas redes sociais”.
Quais os boatos que existiam na época?
Circulou via aplicativo “WhatsApp” nas redes sociais e se esparrou como um rastilho de pólvora o áudio, cuja a voz ainda não se tem a sua identificação, afirmando e apontando o nome de um suposto assassino com 99,9% de certeza.
Esse áudio seria verdadeiro?
Quem o houve, no mínimo deve ficar balançado diante da firmeza e até mesmo da frieza e clareza com que o mesmo grava o seu comentário, mostrando-se ser uma pessoa articulada e muito bem esclarecida. Mas, uma análise mais apurada deste fato, nos deixa a impressão que pode tratar-se de um desvio de foco apenas para desvirtuar e dificultar as investigações.
Por que a nossa linha de raciocínio simplesmente descarta o áudio que circulou na cidade apontando o envolvimento de um empresário?
Assim que esse áudio circulou, a primeira coisa que fizemos foi correr para checar as informações nele contida. E nada bateu. Dizia-se no áudio que naquela data o empresário já se encontrava preso e que já tinha dado dois depoimentos e nos dois, duas versões diferentes.
Por que digo isto?
Na última vez que sentei com o Delegado Sampaio para conversarmos a respeito, ele me passou novas informações que no meu ponto de vista, deveria ser a principal linha de investigação. “E como eu sei disso”, me dizia ele para logo em seguida responder. “Existem depoimentos assinados no papel por duas amigas dela que a conheciam muito bem e afirmam isso”, me disse ele.
De posse dessa informação, pessoalmente visitei várias pessoas que a conheciam e com as quais ela mantinha um convívio quase que diário, inclusive no local de trabalho. A primeira vista, no trato com as pessoas e no relacionamento com a mesma, não existe nada que desabone a sua conduta pessoal – tratando-se de uma pessoa educada, dinâmica e, até mesmo, de uma espiritualidade bastante avançada.
“Ela tinha um grande defeito. Não tinha maldade nenhuma no coração, ao ponto dela te conhecer hoje mesmo, travar uma amizade e passar a te tratar como se fossem velhos amigos de longa data. Isso não deixa de ser uma grande virtude – mas em tempos atuais, com a violência batendo nas nossas portas – trata-se de um grande perigo”, me disse uma pessoa muito próxima a ela, que por motivos óbvios, pediu para não se identificar.
E por que voltamos a insistir sobre esse assunto?
Ao passar pelo Mercado dias atrás para comprar alguns itens básicos do dia a dia, encontrei uma senhora que veio ao meu encontro dizendo: “Você sabia que o caso da Jéssica está praticamente no mesmo e tudo indica que será arquivado. Vamos ter que fazer alguma coisa. Isso não pode ficar assim. Precisamos encontrar o culpado até mesmo para que não fique nenhuma dúvida sobre alguém que foi injustamente acusado”.
Eu disse a ela que nesses meses todos, tenho voltado a esse caso, sempre que algo novo aparece. “Acredite, em breve devemos ter novidade deste caso, que no meu ponto de vista, já demorou demais para ser esclarecido e não deve ser arquivado”, respondi.
Quais são essas novidades do caso?
Uma informação relevante que nos foi repassado é que no dia, depois que saiu do seu local de trabalho por volta das 22h00, ele foi até uma lanchonete próxima encomendar um lanche. Ela pediu um “schawarmac”. E, segundo a moça que lhe atendeu, ela teria dito: “Enquanto você apronta o meu schawarma, eu vou até (outra lanchonete) para pegar um hambúrguer”.
Ou seja, o que se presume é que como ela era vegetariana, o schawarma era para ela e o hambúrguer era para uma pessoa que ela já estava esperando. Quem era essa pessoa? Essa é a grande questão a ser resolvida para elucidar esse quebra-cabeça.
Quais as novas informações que sabemos a respeito?
O que sabemos é que, por diversas vezes ela apareceu no seu local de trabalho, com o pescoço roxo, com manchas enormes. “Um dia eu cheguei a dizer a ela – volte para casa e coloque uma blusinha com gola, isto está horrível e não fica bem você ir para o trabalho assim”, me disse uma fonte que, como as demais, solicitaram para não se identificar.
É diante dessas informações que acreditamos que deveria permanecer a principal linha de investigação. O que não podemos em hipótese alguma é arquivar um caso como esse, antes de esgotar todas as possibilidades para a sua elucidação.
É possível, inclusive, que possa ter sido um acidente, onde inconscientemente alguém passou da linha demarcatória. Se pesquisarmos sobre masoquismo, por exemplo, vamos descobrir que é possível que tenha acontecido um acidente.
O próprio Freud explica que o masoquismo é uma perversão caracterizada pela obtenção de prazer sexual a partir do sofrimento que o próprio indivíduo infringe a si mesmo ou se submete a isso a partir de outro. O termo deriva de cenas descritas pelo escritor austríaco Chevalier Leopold von Sacher-Masoch, que escreveu amplamente sobre a satisfação que, em algumas pessoas, advém de ser espancado e subjugado.
Talvez, esteja aí à explicação das manchas roxas no pescoço que por diversas vezes seus amigos mais próximos haviam constatado. “Ela nos dizia que o seu prazer sexual era proporcional ao tamanho da asfixia que ela sentia que o seu parceiro lhe proporcionava”, revela uma das fontes. Enquanto a dor pode causar uma certa excitação sexual em muitas pessoas, para o masoquista torna-se o principal fim da atividade sexual.
Faltam Informações:
Confesso que não tive acesso ao inquérito e muito menos ao laudo fornecido pelo IML. Acredito que com essa matéria, podemos estar lançando um pouco mais de luz sobre esse caso e ajudando a desvendá-lo. A sociedade quer saber e fazem diversas perguntas a esse respeito:
- Quem matou Jéssica?
- Quem colocou aquele áudio nas redes sociais?
- Quem era o seu parceiro, que pelo visto lhe avisou horas antes que estaria lhe visitando e para o qual ela encomendou, buscou e levou até mesmo lanche?
- O que aponta o Laudo do IML?
- Houve ou não houve conjunção carnal?
- Foi ou não encontrado esperma no local?
- Quais as digitais encontradas em torno do seu pescoço? Tinha ou não tinha digitais?
- Se for acidente, com certeza ele não estaria ali com luvas nas mãos?
É triste saber q justiça tem sobrenome e conta bancária, pessoas de bem, pobres, pessoas que sofrem injustiças todos os dias padecem e sofrem do descaso judicial, só queremos justiça.
Cadeia ou pena de morte?