Como uma doce surpresa, recebi na semana que passou um dos melhores presentes que o ser humano pode dar e receber – um livro carinhosamente autografado, com um sugestivo título: ÁGUA VIVA com 176 páginas recheadas de poemas do nosso amigo de fé, irmão camarada, Vilson Capeleti Boff.
Para quem não se lembra, Vilson é filho do seu Arnaldo Boff e da dona Pascoalina, moradores do Barro Branco e que há pouco tempo nos deixaram. Natural de Torres – RS., ainda criança, veio para São Miguel do Iguaçu, foi estudante do Colégio Nossa Senhora de Fátima e posteriormente graduando-se em Educação Física no Rio Grande do Sul.
Após ter lecionado naquele estado, posteriormente, abandonou o trabalho como docente e ingressou nos quadros do Ministério da Justiça como Policial Federal, onde se aposentou após concluir o seu tempo legal. Atualmente, reside em Curitiba.
Aliás, falando em livros e poetas, São Miguel do Iguaçu tem um vinculo muito estreito com Curitiba, pois temos ali também, Celito Freitas de Medeiros, artista plástico, poeta e escritor, que muito nos orgulha com suas telas, poesias, poemas e contos de refinado gosto.
Voltando ao livro: ÁGUA VIVA, na apresentação o Pe. Domenico Costella, Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino – Roma, membro do Conselho Estadual de Educação do Paraná, nos mostra que: “o artista, o poeta tem a capacidade de recriar e olhar o mundo com os olhos da fantasia, do sentimento, da beleza”.
E, de fato, neste livro, Vilson “abre seu olhar sobre um horizonte amplo da realidade: campos, mar, a vida cotidiana, amores, mulher, rostos sofridos, alma, Deus...”
Como afirma Domenico – “Agora o rio corre, corre ainda, forte e livre para desviar o caminho do homem de mais informático. Mas no fim a Água Viva – título dos poemas – vencerá: a raiz límpida e misteriosa da letra reportando luz e música nova no mundo, entrelaçando o divino, o cósmico e o humano".
Já no primeiro poema, HUMANO VITALÍCIO, o poeta mostra o seu cartão de visita verberando, estigmatizando, temporizando e apresentando os altos e baixos da própria vida...
Nasci tantas vezes
Que milênios me alcunham imortal
Que essa saga perene
Está me causando muito mal.
Nasci tantas vezes
Que nem sei minha idade
Que meus corpos repetidos
Vão dissimulando minha mocidade.
Nasci tantas vezes
Que já não há talheres à mesa
Que não me esperam para o café da manhã
Que não me aguardam para o sono
Que não me esperam para a morte...
(Deus! A imortalidade é insuportável)
...quando me sobram tantas vidas!
Nasci tantas vezes
Que me creem um espectro
Já não me procuram para fazer parte deste mundo
Pois ao mundo pertencem os que apenas nascem.
Nasci tantas vezes
Que a morte nem me chateia!
Menos que meus doces amores
Mais que os dissabores na veia.
Nasci tantas vezes
Que por vezes penso que nunca mais vou nascer!
Dentro deste novo Projeto, chamado CONART, que estamos lançando pelo nosso Jornal, em parceria com a FAESI – Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu, cujo objetivo é “combater a violência com inteligência demonstrando aos nossos jovens o quanto a filosofia, a ciência e a fé podem ajudá-los a viver melhor pregando a Cultura da Paz”, estaremos abrindo espaço semanalmente para os nossos artistas e poetas.
No lançamento deste Projeto, em data ainda a ser marcada, cujo Projeto Piloto será o Colégio Nestor Victor dos Santos, vamos convidar para estarem conosco prestigiando este evento, Celito Freitas de Medeiros e Vilson Boff, entre outros.