Assisti ontem à noite (26), no Centro Cultural Avelino Vieira, a apresentação do Grupo Municipal de Violões. Uma promoção da Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Lazer de São Miguel do Iguaçu. A coordenação do Grupo está a cargo do professor e Diretor de Cultura, Ederson Terra. Que é bom que se diga, desde 2010, vem realizando um trabalho primoroso em favor da música, em favor da cultura, em favor da elevação humana.
Entre os presentes prestigiando o evento, ex-alunos, familiares dos alunos que compõe o grupo; a secretária de Cultura, Esportes e Lazer, Catiúscia Milioli; o presidente do Legislativo Municipal, Professor Presa e funcionários da Secretaria.
Nota 10 com louvor pela apresentação e pelo entusiasmo do público presente que retribui com caloroso aplauso os jovens talentos que, pelo visto, não só pela juventude dos mesmos, em média 16 anos de idade, demonstram que terão um futuro promissor no mundo da música. Aliás, entre eles, o professor Ederson Terra, escolheu dois para entregar um troféu como alunos destaques deste Grupo – Ryan Borges de Abreu e Eduarda Bogo Marques.
“Sabemos o quanto é difícil à dedicação para estar aqui presente em todas as aulas. Esses dois que estamos escolhendo como “alunos destaques”, sem jamais desmerecer os demais, foram por que não só demonstraram talento – mas também, pela frequência, pela dedicação demonstrada ao longo deste período em que estiveram trabalhando com a gente”, frisou.
Falando em Eder Terra, vale a pena destacar a maneira simples e altamente civilizatória que conduziu esse Recital – no intervalo de cada música, fazendo ponderações sobre a época em que a mesma apareceu e os seus primeiros contatos com a música e lembrando aos pais, que os seus filhos são tratados ali como membros de uma grande família.
“Muitos desses que estão aqui hoje, a exemplo de tantos outros, amanhã devem estar seguindo a sua vida, os seus estudos – mas, ficarão para sempre como sendo meus filhos da música que nunca vou me esquecer”, lembrou.
A Secretária de Cultura, Esporte e Lazer, Catiúscia Milioili, por sua vez, parabenizou-o pela dedicação ao trabalho e pelo seu amor a arte. “Esse é o nosso trabalho aqui na Secretaria, procurar fazer da melhor forma possível o que está ao nosso alcance. Tenho uma equipe de trabalho maravilhosa e espero poder estar contribuindo cada vez mais com o desenvolvimento mental e cultural da nossa cidade”, frisou.
O Grupo foi fundado em 2010, através da Oficina de Violão oferecida pelo Departamento de Cultura, realizando diversas apresentações em eventos e festividades dentro e fora do Município. A oficina atualmente atende aproximadamente 110 alunos no contra turno escolar, as aulas são coordenadas pelo professor e Diretor de Cultura Ederson Terra.
Foram entregues certificados de conclusão do Curso para os alunos: Rômulo Orsolin, Matheus F. de Jesus e Dayvid Macagnan.Uma das boas notícias para a Cultura local foi o anuncio da contratação de mais um Professor de Música – a contratação do Instrutor em Música, Bruno Levandoski, recém-formado pela UNILA.
Da Redação - Antes de falar do belo espetáculo que o Grupo proporcionou ao público presente, necessário fazerem-se algumas considerações.
Como uma cidade como a nossa carente de “Ações Culturais” de todos os níveis, pode ficar “dormindo em berço esplêndido” e não comparecer para aplaudir e incentivar eventos desta natureza?
Houve falha na comunicação? A chuva e o tempo com cara de inverno atrapalhou?
Não sei. O que sei é que, de um lado existem pessoas determinadas e centradas no TRABALHO, na sua maior parte não recebem verbas públicas e estão correndo atrás do pão nosso de cada dia; e do outro, entre eles funcionários públicos (não todos é claro) e bem remunerados por sinal, que apenas estão de olho na telinha e nas redes sociais, preocupados apenas com o desempenho do candidato que será escolhido no próximo dia 28 para governar o país pelos próximos quatro anos e que, de alguma forma querem se beneficiar com a escolha.
Mas, onde estão aquelas pessoas que podemos chamar de seres mais evoluídos, onde boa parcela recebem generosos salários mensais pagos com dinheiro público, justamente para elevar, valorizar e parabenizar os que fazem um trabalho de melhor qualidade pelo coletivo social na sua cidade?
Ao fazermos essa observação, acredito que estamos contribuindo de certa forma com o enriquecimento mental/cultural da nossa sociedade como um todo, onde a união e a participação são fundamentais para o nosso Desenvolvimento econômico e social.
Onde estavam ontem a noite as nossas autoridades, tanto do Legislativo como do Executivo? Onde estava a Secretária Municipal de Educação e os demais Secretários? Até podem dizer que estavam participando de outros eventos – o que pode ter ocorrido, sim. Mas não dava para enviar pelo menos um representante?
Por que chamo a atenção para essa questão?
Por que estamos vivendo um dos períodos mais violentos da nossa história em todos os setores. Os dados de 2016 para 2017 são estarrecedores. E violência se combate com inteligência. Ou seja, temos que mudar o foco e voltar os nossos pensamentos e ações para o lado bom da vida como eventos dessa natureza.
Como admitir que o que abunda hoje nos meios de comunicação é a violência sem limites?
É justamente por falta de valorização nossa que não vê na Cultura, na Educação e no Esporte a mais linda e brilhante porta de saída e ascensão social para a nossa juventude. Há séculos estamos descuidando deste setor e deixando que golpes em cima de golpes tomasse conta do país e do mundo.
Foi essa inversão de valores que tornou os seres humanos mais propensos a encarnarem o “homo ecomomicus”, esquecendo-se do “homo sapiens”.
Ou seja, nos tempos atuais, a impressão que se tem é que a vida passou a ser líquida, como se fossemos náufragos, sem rumo, sem destino – é como se houvesse um apagão coletivo – esquecemos das ações fundamentadas na JUSTIÇA, na SOLIDARIEDADE e, sobretudo no espírito ÉTICO que se ocupa e se preocupa com a comunidade.
A impressão que se tem é que voltamos ao tempo em que se dizia: “por quê cultura, se é muito mais gostoso um barril de Chopp regado com churrasco e muita gordura”.
Em momentos assim por que estamos passando, não é de se estranhar de que, nesta eleição os candidatos mais votados foram os voltados para os meios policiais, como se prender, matar e encarcerar fosse a solução – foram aqueles que gritaram aos quatro cantos de que, “bandido bom é bandido morto”.
Ou seja, a barbárie e não a EVOLUÇÃO.