“Por favor, fiquem atentos, prestem mais atenção sobre com quem e onde estão os seus filhos. Nesse momento, por exemplo, entre os que têm filhos - vocês sabem com quem e onde eles estão agora?”, perguntou, para em seguida revelar que houve 51 casos de estrupo de vulnerável na Comarca esse ano. Apenas dois casos de adultos.
Um ótimo público, na sua grande maioria acadêmicos da própria Faculdade, lotou o Auditório da FAESI – Faculdade de Ensino Superior de São Miguel, ontem (06), para assistir duas importantes palestras sobre: A violência doméstica contra a Mulher e Feminicídio, ministrada pela Psicóloga Lenise Battisti; e Violência sexual contra Criança e Adolescente, ministrada pelo Dr. Ferdinando Scremin Neto, Juiz de Direito da nossa comarca. Evento promovido pelo Conselho da Comunidade de SMI (Órgão de Execução Penal), com apoio CEVID - TJPR e FAESI.
“O Conselho da Comunidade, realiza três vezes por anos eventos desta natureza que visa esclarecer a sociedade sobre a importância de combatermos a violência doméstica, seja ela contra a mulher ou contra as Crianças e Adolescentes”, nos dizia a Assistente Social, Mara Solange Tiemann Pinto.
Dissertando sobre “A violência Doméstica contra a Mulher e o Feminicídio”, a psicóloga Lenise Battisti, procurou dialogar e interagir com o público presente, pontuando uma por uma as mais variadas formas de violência doméstica contra a mulher e as consequências que isso trás na vida dessa pessoa.
“Violência doméstica não é só a agressão física. A violência doméstica é o abuso, seja físico ou psicológico, no intuito de manter poder ou controle sobre o outro”, ressalta Lenise.
“Precisamos falar sim da violência doméstica que ocorre no contexto familiar. Os números são alarmantes. Segundo dados estatísticos cinco mulheres são espancadas a cada 2 minutos, no Brasil. Esse é um assunto que não pode mais ser visto como se falava antigamente de que “briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Tem que ser denunciado, sim”, alerta Battisti.
O delegado de Polícia, Dr. Francisco Sampaio, presente no evento, pediu a palavra dizendo que, essa semana, por uma simples discussão doméstica sobre celular, o marido numa reação intempestiva terminou desferindo duas cadeirada na cabeça da sua esposa que quase a levou a óbito.
“Moral da história, a mulher foi parar no hospital com a cabeça arrebentada. Quando melhorou, não queria ir até a Delegacia registrar contra o agressor. Visitamos a sua residência e tivemos que peitar a sua sogra que estava protegendo o agressor – e quando ela já estava dentro da viatura para ir até a Delegacia registrar a ocorrência – ela nos agradeceu. Ou seja, tem que meter a colher sim e denunciar qualquer tipo de agressão”, ressaltou Sampaio.
Lenise, ainda fez referência a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, com o fim específico para punir os agressores que praticam violência doméstica contra mulheres. “Maria da Penha Fernandes, foi vítima de violência doméstica durante 23 anos de seu casamento. O seu marido tentou assassiná-la por duas vezes, em 1983 e mesmo deixando-a paraplégica, terminou pegando somente dois anos de cadeia. A Lei Maria da Penha veio para mudar tudo isto”, ressaltou. Hoje é considerada uma das leis mais avançadas do mundo, com relação à proteção da mulher.
Na sequência, o Dr. Ferdinando Scremin Neto, abordou a Violência Sexual contra a Criança e Adolescente, mostrando números ocorridos na Comarca em 2018 que são estarrecedores. “Por favor, fiquem atentos, prestem mais atenção sobre com quem e onde estão os seus filhos. Nesse momento, por exemplo, entre os que têm filhos - vocês sabem com quem e onde eles estão agora?”, perguntou, para em seguida revelar que houve 51 casos de estrupo de vulnerável na Comarca. Apenas dois casos de adultos.
“E quem são esse que cometem abusos? Geralmente é pessoa muito próxima a família, em muitos casos entre os próprios familiares. Vamos abrir os olhos e procurar saber com quem estão os seus filhos. Se quisermos uma sociedade feliz e sadia temos que erradicar este tipo de violência”, alertou.
Sobre esse número alarmante, lembro que foram verificados dois piques, dois momentos em que esses números dispararam. “No mês de março tivemos 9 casos e no mês de outubro, 10”, deixando claro que a Justiça pune severamente esse tipo de abuso.
“Esse é um crime com uma das punições mais severas dentro do direito penal”, alertou, para na sequência alertar sobre o perfil de um pedófilo, um sujeito que geralmente não busca se relacionar com as pessoas da sua idade. “Geralmente, existe uma diferença média de uns 15 anos entre ele e as pessoas que ele gosta de se relacionar”, pontuou.
Na foto acima, Rubens (Conselho), Dr. Sampaio (Delegado de Polícia), Mara (Conselho), Angelita (Diretora do Colégio Uniguaçu), Lenise (Psicóloga/Palestrante), Dr. André (Promotor de Justiça), Dr. Ferdinando ( Juiz de Direito/Palestrante) e membros do Conselho de Medianeira prestigiando o Evento