Fazendo parte da implantação do Projeto – Primeiro CONAR – Concurso de Poesia, Redação e Artes Visuais, cujo objetivo é combater a violência com inteligência, demonstrando aos nossos jovens o quanto a filosofia, a ciência e a fé podem ajudá-los a viver melhor pregando a Cultura da Paz, o Promotor de Justiça Dr. Pedro G. H. de Almeida Machado, ministrou ontem no Colégio Castelo Branco, importante palestra com esse tema.
Vale salientar que esse Projeto é uma iniciativa do Jornal O Farol e conta com o apoio da FAESI – Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu e visa inicialmente, atingir os alunos do nono período e Ensino Médio. A base de sua implantação foi o Colégio Nestor Victor dos Santos, como “Projeto Piloto”. Um dos prêmios, inclusive, para primeiro lugar entre os alunos do terceiro ano (redação) é uma Bolsa de Estudos junto a FAESI.
Homenagem póstuma a Professora Rita
Momentos antes da palestra (Ensino Médio), Katia Vanessa Rodigheri, presidente da APMF, em nome da Associação, prestou uma linda homenagem a Professora Rita de Cássia Albônico, Diretora do Colégio que nos deixou no último dia 28 de outubro.
Segundo Katia, não foi fácil preparar essa homenagem. “Como homenagear pessoa tão especial como a PROFESSORA RITA...”, se perguntava. “Uma pessoa que além de ser extremamente amável e trabalhadora, acalentava um GRANDE SONHO: Transformar esse Colégio num ponto de referência para a região”.
E no seu ponto de vista, “quem conhece essa Instituição de Ensino sabe, que com o seu jeito doce, com o carinho com que tratava os seus alunos, ela já tinha conseguido grandes avanços nessa direção”.
Emocionou a todos ao afirmar que a maneira carinhosa e bondosa como tratava as pessoas fazia toda a diferença. “Acredito que a melhor maneira de alegrarmos a sua ALMA, esteja onde estiver, é darmos continuidade a este trabalho”.
“Fico imensamente FELIZ em ver que hoje, estamos recebendo a visita do Dr. Pedro, Promotor de Justiça da nossa Comarca, palestrando sobre um tema tão importante como esse: COMBATER A VIOLÊNCIA COM INTELIGÊNCIA, pregando a CULTURA DA PAZ”.
“Imagino como deve estar o Coração de todos que fazem parte desta Instituição Escolar, Alunos, Professores, Auxiliares, Apoiadores que como eu a conheceram na luta, no trabalho diário com aquela alegria resplandecente”.
“Uma das grandes lições que a Professora Rita nos deixa com o seu trabalho é que: Cada uma das escolhas que fazemos na vida tem que vir revestida de dignidade, coragem, humildade, alegria e amor”.
“Obrigado Professora RITA DE CÁSSIA ALBÔNICO, tê-la conhecido e convivido ao lado dessa nobre escolha que fizeste, educar e procurar ajudar a nossa juventude a se nutrir do saber, é algo que faz com que a nossa alma sofra uma espécie de metamorfose que faz acender os nossos corações e iluminar as nossas VIDAS”, concluiu Kátia.
Palestra:
O Dr. Pedro, por sua vez, dialogando de forma simples e direta com os estudantes, lembrou que a exemplo deles, também estudou em escola pública.
“Tive a felicidade de ter uma professora de português na época, que uma vez por semana, nos obrigava a fazer uma redação. Essa experiência em sala de aula foi fundamental na minha formação em Direito e, posteriormente, conseguir passar no concurso para Promotor de Justiça”, disse ele, ressaltando a importância deste Concurso de Redação que faz parte deste Projeto.
“Como membro do Ministério Público estou apoiando essa iniciativa do Jornal O Farol e da FAESI, cujo tema é a Cultura da Paz, justamente por que esse é o contra ponto da Cultura do ódio”, ponderou, ressaltando inclusive, o que vimos nesta eleição, onde a radicalização, principalmente nas redes sociais foi polarizada de uma forma nunca vista antes.
“Em qualquer núcleo onde existam pessoas, deve existir regras de conduta que devem ser obedecidas para que todos possam viver em paz. Todos tem o direito de discutir e debater ideias – mas com educação, sem ofender quem quer que seja. Respeitar o próximo é uma questão de civilidade, cidadania”, lembrou.
Sobre as escolhas que fazemos na vida, sobre as quais podemos sentir prazer ou se arrepender, contou uma história pessoal, envolvendo os seus primeiros passos em busca de uma formação. “Quando eu tinha a idade mais ou menos de vocês, eu ia para a escola em companhia de uma vizinha da mesma idade que a minha. Um dia eu ia com os meus pais e ela junto, outro dia em companhia dos pais delas”.
“Numa certa altura, eu ouvia – fulana está andando com más companhias. Hoje chegou tarde e seus pais estão preocupados. Fulana está diferente...”, relata, para em seguida concluir: “Moral da história, anos mais tarde quando eu já estava fazendo estágio no Fórum e concluindo o meu curso de Direito, me deparo com um processo onde alguém estava sendo condenada por tráfico de droga. Era a minha colega de infância”, revela, concluindo em seguida:
“Com isso quero dizer o que? Que ela teve as mesmas oportunidades que eu tive, estudou na mesma escola que eu estudei – mas escolheu o caminho errado. Ou seja, todo o ato tem uma consequência. Ao consultar o sistema, tempos depois descobri que ela estava cumprindo pena de cinco anos de reclusão na Penitenciaria de Piraquara”, pontificou.