Antes de entrarmos na entrevista propriamente dita, fico me perguntando o que aconteceria se estivéssemos entrevistando hoje, o nosso Garoto Prodígio que veio ao mundo há mais de dois mil anos e que ficou conhecido na região da Palestina como Jesus – como estais se sentindo Mestre diante de tudo o que vem acontecendo neste momento tão crítico da história da humanidade? Com certeza Ele dispararia: – “vejo um mundo de luz e sombra, de elevação espiritual e desespero. Vejo a degradação do espírito humano”.
E qual seria a solução Mestre?
- “O mundo está, na sua maior parte, em um estado de escuridão. As pessoas que vivem cercadas de luxo e riqueza, talvez sintam que esta afirmação é um exagero, tendo em vista essa vida moderna que diariamente vemos entrar em nossos lares através das telenovelas onde, geralmente se propaga toda essa degradação...”.
Como assim Mestre? Podes ser mais específico?
- Calma! Para compreendermos a gravidade do que está acontecendo, devemos primeiro experimentar um momento de Luz. Precisamos ver e entender o que está acontecendo com as crianças no mundo – e só assim, é que vamos compreender como é que essa inversão de valores, como é que essa escuridão mental se espalhou através dos vários estágios e condições da Infância.
Como bom aluno da Escolinha do Professor Raimundo, eu diria: “Captei a Vossa Mensagem meu Prodigioso Mestre” e darei prosseguimento nesta senda em busca de Luz e Esclarecimento entrevistando, dialogando com mentalidades que procuram manter um estreito relacionamento com os seus ENSINAMENTOS...
A nossa entrevistada de hoje é esse poço de bondade que ultimamente tem usado todo o seu conhecimento para levar Luz não só as pessoas que a procuram em seu consultório, como também, interagindo nas redes sociais diariamente. Angela Tessaro - Psicóloga especialista em Terapia Cognitivo Comportamental na Infância e Adolescência (Instituto Paranaense de Curitiba). Especialista em Psicologia Clínica Analítica Comportamental. Formação em Terapia Racional Emotiva Comportamental (Instituto Albert Ellis Nova York). Formação em Reabilitação Neuropsicológica (Instituto Paranaense de Curitiba). Especialista em Transtorno do Espectro Autismo.
Ao ser perguntado qual a definição que a Psicóloga Angela faz dela mesma, nos disse que: “Antes de tudo sou humana, carregada de sentimentos, energias e muita luz – uma eterna apaixonada por crianças, pois elas são como o Sol, me dão energia; apaixonada pelos adolescentes que são a Lua, em meio a escuridão, exatamente como as vezes eles são, pois se olharmos com amor o seu iluminar é como o farol. Amo a paz, a arte e todas as suas manifestações. Sou do povo, dos sorrisos, sofrimentos e acolhimento”. Confira a entrevista:
Jornal – A Angela é natural de onde e qual o seu signo?
Angela – Nasci em Medianeira, morei em Santa Terezinha até os nove anos. Aos nove anos fui para Ariquemes em Rondônia, onde possui uma mescla de raças. Povo sofrido, porém sempre com sorriso no rosto. Vim para São Miguel do Iguaçu quanto estava com 18 anos e até o momento estou aqui. Tenho 41 anos de idade, sou canceriana, signo mais sensível e espiritual do zodíaco.
Jornal – Me fale um pouco como cultivas a tua espiritualidade – as pessoas, na sua grande maioria confundem espiritualidade com religiosidade...
Angela – Cultivo a espiritualidade de muitas formas, pois ela é muito ampla, mas irei dizer a que pratico, principalmente através da contemplação e do contato com a natureza, da meditação, da oração diária e da comunicação com Deus e com guias espirituais. Sou espírita. A saúde está entre um dos meus valores fundamentais. Para mim, um sorriso verdadeiro, estar próxima dos animais e das pessoas, acalmar a alma com a música e ler são os principais antídotos para a baixa imunidade. Isso é espiritualidade.
Jornal – Hoje vemos que o número de pessoas com depressão tem aumentado assustadoramente, chegando ao ponto de ser considerado quase que uma epidemia. No seu ponto de vista, quais são as causas e o que podemos fazer para reverter isso?
Angela – Em primeiro lugar a família, ou seja, com a jornada de trabalho corrida, a exigência da sociedade em se vencer, produzir, competir, leva muitas famílias a se sobrecarregar. Ao chegar em casa, antigamente as únicas pessoas com quem os familiares conversavam eram entre eles. Hoje responde a dezenas de mensagens no whatsapp, e não há espaço para o diálogo. Dizem que precisam descansar a cabeça e descansam nas redes sociais. E para os filhos são dados objetos para suprir a carência afetiva... Que aos poucos ele vai sentindo um vazio, pois não há mais objeto físico que consiga suprir o vazio.
Em segundo lugar um professor é capaz de tocar o coração de muitas crianças, pois muitas destas que não possuem o afeto, confiança e autoestima em casa, podem ser sensibilizadas por eles. Pois a primeira profissão que a criança quer ser ou é a dos pais ou a dos professores. Eles possuem muita influência nas crianças e não sabem.
O incentivo a competividade, o ter que ser melhor e saber muitas coisas com pouca idade, torna-se um fardo para estas crianças. Estão pagando um preço alto. Sem contar o grande número de adolescentes que dentro do consultório se assume como homossexual e não contam por medo e terminam entrando em um processo depressivo a ponto de preferir o suicídio. E o que faltou? Pais e sociedade mostrar reciprocidade. A abertura de diálogos dentro de casa seria a solução para os adolescentes. Sem o autoritarismo dos pais e sim, o respeito.
Jornal – Na tua profissão você houve muito e tem que administrar diferentes problemas que chegam ao consultório. Como fazer para filtrar tudo isso e não deixar se contaminar?
Angela – Leitura agradável. Terapia. Uma boa música instrumental, cultivar e mexer nos meus cactos e prece...
Jornal – Quando você fala em prece, podemos entender que está incluído junto à meditação?
Angela – Sim, pois ocorre um diálogo entre você e Deus, ou algo superior... Ao fazermos a meditação ocorrem momentos em que falamos com nós mesmo, a nossa percepção fica mais sensível ao praticar. Assim é a prece quando falada com o coração, sem repetição. É o falar... E um treino diário... Como uma academia.
Jornal – Da onde vem todo esse carinho, todo esse amor, toda essa preocupação pelas nossas crianças?
Angela – Sabia que, de algum modo, trabalharia com pessoas e que a minha missão estava ligada a ajudar os adultos e amar e compreender as crianças. E, acima de tudo, respeitá-las e honrá-las como elas merecem.
Jornal – Vejo que és muito realista – mesmo assim, não poderia deixar de perguntar: tem algo que considera um grande sonho e que pretende realizar?
Angela – Tenho sim. Ainda estou a buscar. Sinto que preciso, mas ainda não descobri o quê...
Jornal – Vejo que ultimamente a Angela tem lançado o seu conhecimento de psicologia para levar luz e esclarecimento nas redes sociais, se posicionando e, inclusive, ajudando a fortalecer a democracia. O que houve? O que a levou a esta prazerosa mudança, tendo em vista que esse é um tema que todos deveriam se interessar por ser algo que diz respeito à vida de todos nós?
Angela – Como trabalho com dores humanas, praticamente passo 12 horas por dia dentro de um consultório. Porém, tenho meus dias exclusivos para os que não são assistidos, ou seja, sem recursos financeiros e sem boca para correr atrás dos seus direitos. Geralmente fico sabendo por mães que atendo que o fulano é TEA grave e não tem condições. Então faço a minha parte como profissional e como uma simples humana, pois desde que nasci, tive facilidade em fazer amizades desde o carente e a alta classe. Minha casa vivia cheia de crianças, meus pais não aguentavam mais. Sempre gostei das músicas da Enya e ao escutar sentia saudades de algo longe, e sentia que precisava ajudar as pessoas, pois cada vez que ajudo alguém é como se eu mesma me ajudasse. Cresço por dentro, este sentido na vida não á dinheiro que pague. Se hoje muitas pessoas acreditam em meu trabalho eu agradeço, e não para meus cursos para ser a melhor. E também entender mais sobre os direitos dos portadores de deficiência de transtornos, dos direitos da minoria que não possuem este saber. Busco para que possa ter o básico, apenas isso... Serem acolhidos e saberem que têm direitos.