Hoje pela manhã, estive visitando o Legislativo Municipal e convidei o presidente Boaventura Motta para visitar o Campo do Comercial, tendo em vista que, segundo ele, na próxima segunda-feira, a Câmara vota o Projeto de Lei, enviado pelo Executivo que visa desmembrar aquele patrimônio para construir ali o Novo Fórum, o Quartel dos Bombeiros e um novo Campo de Futebol. Estiveram juntos nesta visita os Assessores Legislativos, Thiago, Rui e Vilmar...
Ao ver a emoção que tomou conta de todos – em especial do Boaventura Motta, me veio em mente que um dos PASSEIOS EDUCATIVOS que todos os Diretores das Escolas Municipais, Estaduais, Privadas e Cursos Superiores poderiam fazer neste final de ano seria visitar o Campo do Comercial.
Logo na entrada, o que se vê é um patrimônio imenso que poderia estar transpirando energia motivacional, mas que na realidade, está abandonado, descuidado evidenciando uma decadente civilização.
O Professor ou Diretor que for acompanhar os alunos nesse passeio fariam um bem danado as futuras gerações se dissesse aos seus educandos: “vemos diariamente que a nossa sociedade está cercada de atos de violência, condutas agressivas de caráter físico e verbal, injustiças, desrespeitos a direitos civis e sociais, desigualdades sociais as mais absurdas – se vocês observarem atentamente nessa visita descobrirão a origem de todas essas mazelas sociais”.
Não com essas palavras, até por que o seu temperamento é outro – Motta, apesar de não ter formação acadêmica, traz de berço um espírito conciliador – mas emocionado, se perguntava: “como fomos deixar as coisas chegarem a esse estado de abandono?” - para em seguida complementar, mostrando com o dedo – “aquela arquibancada iniciada ali, poderia ter sido ampliada ao redor apenas com um pedreiro e um servente. Pedra é o que mais temos por aí. Quanto custa para fazer isso?”.
O fato é que, muito se fala no combate a violência, na formação e no resgate de valores humanos – o discurso é sempre o mesmo: “Formar o cidadão crítico, participativo e transformador do meio em que está inserido, municiado de valores como a cooperação, respeito, amizade e solidariedade”, porém, como afirma Paulo Freire, o que percebemos é que o discurso não condiz com a prática – “quanto mais o tempo passa mais a nossa sociedade se mostra carente de valores humanos”. Onde estamos errando? Como pode numa região rica e produtiva como a nossa com um orçamento anual de mais de R$ 120.000.000,00, não termos um olhar contemplativo para situações como esta?
A votação é na próxima segunda-feira – vamos estar lá e independente de qual seja o resultado, vamos voltar a esse assunto e cobrar responsabilidades, não só do poder público que atualmente é o responsável por esse patrimônio – como também da Diretoria do Comercial que, pelo visto, está disposta a arregaçar as mangas e mobilizar esforços para a reativação deste rico patrimônio...