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O problema da alta do dólar para os trabalhadores pobres não é a Disney - mas sim, escolher entre o almoço e o jantar
  Data/Hora: 14.fev.2020 - 18h 9 - Categoria: Educação  
 
 
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Por Marcelo Freixo, via redes sociais...

 

Num país em que metade da população vive com R$ 413 ao mês e a renda média das empregadas domésticas é menor do que um salário mínimo (R$ 897), o problema da alta do dólar para os trabalhadores pobres não é trocar a Disney por uma visita à "cidade onde Roberto Carlos nasceu", como ironizou Paulo Guedes - até porque a Disney nunca existiu. A questão é de sobrevivência: escolher entre o almoço e o jantar.

 

A alta da moeda americana aumenta o custo de vida da população e em consequência disso diminui o poder de compra dos salários. É fácil entender. Por exemplo, o preço do trigo no mercado internacional é baseado na cotação do dólar. Se o dólar sobe, o mesmo ocorre com o trigo e em consequência disso tudo que é produzido a partir dessa matéria-prima, como o pão francês e o macarrão, fica mais caro. Materiais de limpeza, de higiene pessoal e remédios, cujas matérias-primas são importadas, também ficam mais caros quando o dólar está muito valorizado.

 

Para as famílias que sobrevivem precariamente de bicos - hoje soubemos que a quantidade de gente no mercado informal chegou a 38 milhões -, para os desempregados e os 50% de brasileiros que ganham R$ 413 ao mês, os aumentos nos preços provocados pela alta da moeda americana são uma tragédia. O congelamento do salário mínimo proposto por Guedes, que já tentou taxar o seguro-desemprego, torna tudo ainda mais grave.

 

O ministro da Economia não debochou apenas da próxima viagem das empregadas domésticas, algo que nunca esteve no horizonte, ele zombou da luta das famílias pobres para sobreviver. Sobrevivência, aliás, que ele insiste em tornar cada vez mais difícil. 

 
 

 

 

 
 
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