Da Assessoria - As máscaras foram produzidas utilizando impressora 3D; modelo foi desenvolvido pela Universidade
A UNILA entregou um lote de 10 máscaras reutilizáveis produzidas em impressoras 3D para serem testadas pelas equipes de saúde do Hospital Municipal Padre Germano Lauck. Essas máscaras são alternativas ao modelo N95 e o teste vai indicar se existem modificações a serem feitas. Outras 10 máscaras estão sendo avaliadas por alunos e professores da UNILA, que trabalham em ações de enfrentamento à Covid-19.
As máscaras utilizam filamentos de PLA (poliácido láctico), são mais leves e garantem maior conforto para o usuário. Foram dois meses de estudos e testes e, para se chegar ao modelo, a equipe elaborou 18 protótipos. A máscara, que nas primeiras versões pesava 120 gramas, tem agora 75 gramas. Também foi possível instalar um conector que permite seu uso com vários modelos de filtros disponíveis no mercado.
“Os principais pontos positivos da máscara são o peso e o conforto. Foram elaborados 18 modelos, todos eles feitos moldando o rosto. É o maior conforto possível”, explica Rafael Taveira, aluno de Engenharia de Materiais, que integra a equipe de desenvolvimento do produto. Além dele, fazem parte da equipe o estudante de Engenharia Química, Igor Willis, e o designer de produto Pietro Verona, que é voluntário no projeto. O trabalho é coordenado pelos professores Priscila Lemes (Engenharia de Materiais) e Oswaldo Hideo Ando Junior (Engenharia de Energia).
As máscaras para teste foram entregues nesta terça-feira (16) ao diretor presidente do Hospital Municipal, Sérgio Moacir Fabriz, pelo vice-reitor da UNILA, Luis Evélio Garcia Acevedo, o professor Oswaldo Hideo, e pelos estudantes Rafael e Igor.
O teste pelas equipes de saúde do Hospital e da UNILA será importante porque irá indicar a funcionalidade da máscara e eventual necessidade de ajustes. A máscara também passará por avaliação dos infectologista e do setor de Segurança do Trabalho do Hospital. “O material somará aos EPIs [equipamentos de proteção individual] já oferecidos aos colaboradores do Hospital, na certeza de que esta ação irá fortalecer a proteção e cuidado aos nossos colaboradores frente ao combate à pandemia da Covid-19”, declara Sergio Fabriz, diretor-presidente do Hospital Municipal.
O professor Oswaldo reforça a necessidade dos testes para que as máscaras possam seguir, posteriormente, para validação também da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Estamos fazendo consulta à Anvisa para seguir os padrões de homologação. Mudou muita coisa em razão da situação de emergência”, reforça. Em relação aos testes, ele conta que a própria equipe de desenvolvimento irá usar as máscaras. “É o melhor jeito de saber”, diz.
A professora Priscila explica que a UNILA recebeu recursos do MEC para a compra dos insumos necessários para a produção em escala – a demanda inicialmente informada era de 400 máscaras para o Hospital Municipal. “Também temos a opção de parcerias para a impressão, se for o caso”, comenta.
Inovação
O desenvolvimento das máscaras também representa um avanço em relação à inovação tecnológica. “Foi realizado um estudo grande, de vários modelos, foram muitos testes e chegamos a modelar uma máscara do zero, um modelo próprio da UNILA, que dá para buscar, além de certificação, a patente do produto, futuramente”, comenta Priscila, destacando o esforço dos estudantes que participam do projeto. “Além de colaborar no combate à Covid-19 a UNILA está desenvolvendo um produto”, completa.
Ressalvando que a máscara ainda está em teste, Oswaldo também vê avanço no resultado alcançado. “Se a gente chega num momento de questionar essa possibilidade [certificação e registro], sim, a gente já tem o resultado acadêmico, científico.”