Por Sonia Zaghetto, via redes sociais (Denize Teis)...
Esse tsunami de lixo foi filmado e fotografado há dois dias pelo biólogo Ricardo Gomes na praia de São Conrado, bairro nobre na zona sul do Rio de Janeiro.
A grande quantidade de detritos desceu por valões e galerias pluviais da região (que inclui a favela da Rocinha e casas/condomínios de luxo) após as fortes chuvas que atingiram a cidade e "lavaram" as ruas no fim de semana.
Desde sábado, a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) já removeu 2,1 toneladas de lixo em São Conrado, com 20 garis divididos em três turnos e apoio de um caminhão compactador e de um trator de praia.
A Comlurb apelou aos moradores e frequentadores das praias que evitem jogar lixo em valas e encostas porque eles acabam no mar.
A Folha de São Paulo informou que a praia hoje está limpa, mas parte do lixo continua descendo dos valões e sendo trazido pela maré.
As imagens da nossa má educação rodaram o mundo e escandalizaram muita gente.
Nas outras fotos, veja os efeitos que plástico e redes de pesca fazem sobre a vida selvagem - mamíferos, aves e peixes. Uma das espécies mais prejudicadas são os leões marinhos, que acabam estrangulados. Outros animais são vítimas de um drama diferente. Quando chega ao oceano, o plástico flutua na superfície ou afunda. À medida que se desgasta pela luz do sol ou pela água salgada, ele se decompõe em pedaços menores e é ingerido pela vida marinha e produz uma sensação de saciedade. Por isso muitas aves param de comer e morrem de fome.
Uma das cenas registradas por Gomes no domingo foi a de pássaros comendo detritos na praia.
Um relatório publicado em dezembro pela ONG Oceana, estima que existem ao menos 5 trilhões de pedaços de plástico no mar, dos quais cerca de 94% estão abaixo da superfície.
Uma boa resolução de ano novo, me parece, seria que cada um zelasse pelo próprio lixo. Incrível é, em 2021, a gente ter de dizer isso para pessoas adultas.