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Justiça faz justiça? Supremo condena Deltan a indenizar Lula sobre o “famigerado” PowerPoint
  Data/Hora: 23.mar.2022 - 6h 27 - Colunista: João Maria  
 
 
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Fotos: Divulgação/Internet - Sobre o significado da palavra “famigerado” que uso nesse título, a qual significa algo famoso, uma celebridade – foi a impressão primeira que o PowerPoint, tentou passar naquele momento diante dos holofotes da grande mídia.

 

Hoje, depois da decisão sábia e profícua do STF, daria para criar uma nova palavra em cima desse fato acrescentando mais um ‘d’ e um ‘i’ – tipo ‘fami-digerado’ – que vem de digerir – como se o PowerPoint, tivesse sido transformado pela digestão do seu criador na busca pela fama.

 

Conto isso, não para brincar com as palavras, mas sim, para entrar no mérito deste julgamento que levou o ex-procurador da República, Deltan Dallagnol, a ter que pagar uma indenização de R$ 75 mil por danos morais ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ataques à honra durante a entrevista deste famigerado PowerPoint.

 

Segundo os ministros as expressões: “o grande general” e "propinocracia", usadas por Deltan, além de serem pejorativas e com o intuito de ferir a imagem do ex-presidente, elas não constavam na denúncia contra Lula.

 

Indo um pouco mais além, ou melhor, procurando visualizar o que significou esse PowerPoint não só na vida do ex-presidente e para a Democracia do nosso país, nos faz lembrar o genial filósofo Lúcio Sêneca que nasceu no ano 4aC, quando ele nos fala sobre a beleza da virtude, que é o que se espera de qualquer membro do Poder Judiciário ou da Promotoria que estão lá para promover e defender um dos maiores bem da humanidade – a JUSTIÇA.

 

Ensina o filósofo sobre a virtude: “Esse espírito, que os jovens de nobre criação frequentemente assumem, quando são tão profundamente agitados pela beleza de algum objeto honrado que desprezam todos os caprichos do acaso, é seguramente infundido em nós e comunicado pela sabedoria.”

 

E prossegue: “A sabedoria trará a convicção de que só há um bem – o que é honroso; que não pode ser encurtado nem estendido, não mais do que a régua de um carpinteiro, com que as linhas retas são testadas, pode ser dobrada. Qualquer mudança na régua significa estragar a linha reta.”

 

Acredito que, se o filosofo estivesse hoje sentado numa das cadeiras do STF nesse julgamento, iria aplicar essa mesma figura a JUSTIÇA, dizendo: “a Justiça também é reta, e não admite dobra.” Ou seja, os nobres membros do STF, teriam que ir muito mais fundo nesta questão e abranger todo o panorama que esse “famigerado” PowerPoint impactou na vida de todos nós – colocando em suspeição todos os envolvidos em primeira e segunda instância.

 

Como alguém que faz o que fez deliberadamente pode estar hoje livre, leve e solto pedindo voto para a população? Vão deixar esse senhor das Capitanias Hereditárias, talvez, ter uma nova oportunidade de apresentar um novo PowerPoint no Congresso ou no Senado?

 

Me desculpem, condená-lo a pagar uma ‘merrequinha’ dessa de R$ 75.000,00 é a negação da Justiça. O pedido de R$ 1.000.000,00 que os advogados do ex-presidente Lula tinham solicitado não pagariam nem um décimo do sofrimento que ele pessoalmente teve ficando 586 dias retidos em Curitiba para que o golpe aplicado contra a Dilma, em 2016, pudesse prosseguir destruindo a nossa economia e impactando a vida de todos nós.

 

 

A defesa de Lula afirmou que a entrevista coletiva de Deltan em setembro de 2016, “se transformou em um deprimente espetáculo de ataque à honra à imagem e à reputação” do ex-presidente. Foi pedido R$ 1 milhão em reparação por danos morais, mas após discussão, os magistrados fixaram a indenização em R$ 75 mil. Corrigido desde o mês em que a entrevista foi concedida, o valor final será superior a R$ 100 mil.

 

 
 

 

 

 
 
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