Fotos ilustrativas - Divulgação/Internet - Dados da CONAB, mostram que o Agro aumentou a produção de grão no país em mais de 700% nos últimos 50 Anos, lembra Jaime - “E tudo isso é fruto de muito trabalho em pesquisa, investimentos feitos pelos nossos produtores agrícolas, cuja vocação é produzir, nutrir, alimentar”, pondera Zorzetto.
Tem certas coisas que só podemos realmente avaliar e opinar a respeito, se inteirando e dialogando com todos os setores envolvidos na questão. É incontestável que hoje uma das maiores preocupações, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, tem sido a segurança alimentar no mundo. A própria ONU, recentemente se manifestou a respeito, deixando claro inclusive, que vê o Brasil com um grande potencial para a solução dessa equação.
Dados da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), por exemplo, nos mostra que a produção de grãos no país teve um salto de 700% em 46 anos. “E tudo isso é fruto de muito trabalho em pesquisa, investimentos feitos pelos nossos produtores agrícolas, cuja vocação é produzir, nutrir, alimentar”, pondera Jaime Zorzetto, Diretor proprietário do Grupo DISAM – ressaltando que, essa história de que o Agro não se preocupa com a natureza e destrói o meio ambiente – não condiz com a verdade -” precisamos desmistificar isso”, citando em seguida dados oficiais do último Censo feito pelo IBGE.
“Os dados do Cadastro Rural Ambiental (CAR) do último Censo feito pelo IBGE, mostram que 1/3 das áreas preservadas do Brasil são de propriedades particulares; são mais de 282 milhões de hectares; isso equivale a 4 vezes o território da França ou 33,2% do nosso território”, afirma.
“Essa questão da segurança alimentar, é algo que preocupa todos nós, afinal, como podemos viver em paz sabendo que milhares de pessoas passam fome e não tem um teto para morar?”, se pergunta – acrescentando que, “não estou falando por mim que graças à Deus só tenho que agradecer. Sei que ainda posso fazer muito mais investindo nesse setor do qual faço parte”.
Segundo ele, o foco do setor agropecuário, realmente é a produção – mas, sem perder de vista as questões sociais. “Me lembro que em 2020, uma pesquisa feita pelo IPEA, revelou que cerca de 220 mil pessoas, vivem em situação de rua no Brasil. Isso equivale a cerca de 0,1% da população total do país”, ressaltando ainda que “dados recentes divulgados pela ONU, estima-se que nada menos que 150 milhões de pessoas ou 2% da população mundial não tem onde morar e passam fome”.
Depois destas ponderações, nos disse que uma das grandes preocupações hoje do setor é sobre a tese do marco temporal, que em síntese, pretende restringir as demarcações de terras indígenas apenas àquelas áreas que estivessem sob a posse comprovada dos povos originários em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da atual Constituição. Tese esta que contrasta com o pensamento Indigenato, que reconhece os direitos indígenas como originários, ou seja, anteriores ao próprio Estado.
A votação que deveria ocorrer no Supremo, no dia 23 de junho, sobre o chamado marco temporal, que pode mudar o entendimento sobre demarcações de terras indígenas no Brasil, tinha sido adiada em setembro de 2021, depois do ministro Alexandre de Moraes pedir vistas. A votação está empatada em 1×1, com o relator Edson Fachin posicionando-se contra a tese, e Kassio Nunes Marques, a favor dela.
Dados do IBGE de 1998, revelou que 302.888 índios vivem hoje no Brasil nas Terras Indígenas, num país que tem 215 milhões de habitantes. “Lembro esses números com o intuito de fazer um comparativo e procurando ser o mais justo possível com todas as pessoas desse país, tendo em vista que hoje já temos cerca de 14% do território nacional demarcado como terras indígenas. Caso prevaleça o voto do Ministro Fachin sobre o Marco Temporal que está tramitando no STF, vamos ter mais 14%% do nosso território demarcado como terras indígenas. Isso é justo?”, se pergunta Zorzetto.
Esta votação a que se refere o empresário é do Recurso Extraordinário (RE) 1.017.365, que definirá o futuro da demarcação das terras indígenas em todo o país – e que teve a sua votação adiada pela 3ª vez no Supremo Tribunal Federal (STF).