“Acredito sim, na Justiça. Acredito que ela não é, e nunca deverá ser vingativa – e sim, corretiva. Ela não vem para castigar, e sim, para dar a chance de uma nova reconstrução”, filosofa a empresária, Rafaela.
Pela reação do Ministério Público que solicitou na semana passada medidas cautelares restritivas ao casal envolvido neste golpe contra a empresária Rafaela – e acatadas pela Justiça, evidencia que logo após essa audiência (Anderson e Daiane), poderão ter surpresas desagradáveis.
As medidas restritivas impostas ao casal, as quais deverão ser cumpridas integralmente, sob pena de decretação da prisão preventiva, nos dá o tamanho da gravidade da situação.
- Proibição de se ausentar da Comarca por mais de 7 dias, sem comunicação ao juízo ou alterar o endereço de sua residência sem autorização prévia;
- Proibição de manter contato, por qualquer meio, ou aproximar-se das vítimas, devendo ficar a uma distância mínima de 300 (trezentos) metros, bem como de suas residências e locais de trabalho;
- Monitoramento eletrônico, como medida indispensável para garantir a ordem pública, evitando a reiteração delitiva, assim como para fiscalizar as medidas cautelares ora aplicadas.
Esse caso, observado nos mínimos detalhes, deixa evidente que Daiane, tem uma mente muito criativa, detalhista e que, se usada para o bem, poderia figurar, quem sabe num futuro próximo – como uma ótima roteirista de filmes de suspense.
Me lembro como se fosse ontem, o dia em que Rafaela Sabatino visitou a nossa redação, visivelmente desesperada, pedindo ajuda, pois no dia anterior, ao chegar em sua residência na companhia de seus filhos, teve a frente de vidro do muro da sua casa destruída a bala, bem como a porta o seu veículo e por muito pouco não perdeu a própria vida.
“Por favor, me ajude – estão querendo me matar”, me mostrando a porta do seu carro crivada de balas. “Estou com medo, não tenho para onde ir no momento. Tenho medo de ficar na minha casa. Preciso me refugiar em algum lugar até me certificar sobre o que está acontecendo.”
Como estava separada há bem pouco tempo e, tudo indicava que seria um processo delicado – não pensei duas vezes. Visitei a sua residência e fiquei estarrecido pela violência que ela havia sofrido. Os vidros que protegiam a sua residência, estavam todos estilhaçados e os filhos, visivelmente traumatizados.
Imediatamente, tratei de fazer alguma coisa que pudesse auxiliá-la. Ela estava com tanto medo, que nem tinha visitado a Delegacia de Polícia para registrar o BO. Apenas um site, que costuma publicar todas as ocorrências policiais, tinha publicado uma notinha com duas frases, dizendo que se tratava de uma tentativa de assalto – sem a publicação de fotos nem do veículo e muito menos da sua residência.
Fui com ela até a Delegacia, onde ela relatou o que estava acontecendo, bem como as suas suspeitas. Em seguida, entrei em contato com um empresário que é meu sobrinho e pedi a ele se poderia ajuda-la, para que ela conseguisse abrigo por uns 90 dias até que tudo pudesse se esclarecer. Prontamente, ele cedeu o espaço num local paradisíaco, onde ela ficou – até criar coragem para voltar a sua residência.
Depois disso, o que mais me surpreendeu foi ver a sua obstinação em descobrir o que estava por detrás de tudo o que estava acontecendo na sua vida. A suspeita inicial de que o seu ex., pudesse estar atrás deste atentado, foi sendo substituída por outras situações que, tomou forma, após ela se dar conta que, a sua melhor amiga a induziu a cometer suicídio, alegando ser uma ordem de uma tal Índia Potira, para um novo renascer. Um “crime”, caso obtivesse sucesso - poderia ser considerado “o crime perfeito” contra a sua própria vida, como relata a matéria do Domingo Espetacular. https://recordtv.r7.com/domingo-espetacular/reportagem-da-semana/videos/recem-divorciada-mulher-e-enganada-pela-melhor-amiga-e-sofre-golpe-de-r-2-milhoes-03092023
Um caso emblemático e infinitamente repudiável, tendo em vista que envolve amigos e familiares. Além deste caso, já em fase de julgamento, existem outras três investigações em andamento e, segundo informações, cerca de outras 15, cujas vítimas por medo ou até mesmo vergonha de terem sido enganadas – só agora é que estão começando a se movimentar.
Mesmo a Justiça decretando a quebra de sigilo com a qual havia sendo investigado este caso, não estamos colocando sobrenomes, tendo em vista que envolve famílias, muito próximas, convivência entre crianças e jovens adolescentes.
O que me chama a atenção é a coragem e a determinação desta jovem empresária que, por diversas vezes, me dizia do seu inconformismo por descobrir o envolvimento direto de uma pessoa que ela considerava a sua melhor amiga.
“Acredito sim, na Justiça. Acredito que ela não é, e nunca deverá ser vingativa – e sim, corretiva. Ela não vem para castigar, e sim, para dar a chance de uma nova reconstrução”, filosofa Rafaela, acrescentando que, não é só pelos valores envolvidos – a quantia de 2 milhões de reais – mas sim, pelo conjunto da obra. “Não fui só eu que fui vítima da sua maldade. Alguém tinha que fazer alguma coisa. Eu estou fazendo a minha parte”, diz ela, com lágrimas nos olhos.