Banner aniversário de são miguel

 
 
   Categorias
  ATLETISMO
  Banco do Brasil
  Brasil
  Cartas do Leitor
  Educação
  Ego Famosos
  ENTREVISTAS
  Esporte
  Eventos
  Familias
  Foz do Iguaçu
  Geral
  Itaipu Binacional
  Lindeiros
  Moda
  Mundo
  Oeste
  Opinião do Leitor
  Policiais
  Politica
  Santa Terezinha de Itaipu
  São Miguel do Iguaçu
  Sociais
  Virtudes e valores
 
     
   Colunistas
Cultura
João Maria
 
   
 
   Previsão
 
 

 
 
 
Envie por email
 
UNILA trabalha na identificação de bens culturais do Parque Nacional do Iguaçu
  Data/Hora: 15.fev.2024 - 9h 19 - Categoria: Itaipu Binacional  
 
 
clique para ampliar

Acordo de cooperação técnica entre as instituições permite a coleta e identificação de documentos, mapas, fotografias e objetos; entre esses materiais estão os relacionados à Usina São João


Da Assessoria - Além da beleza natural, o Parque Nacional do Iguaçu (PNI) guarda documentos e objetos importantes que contam a sua história e a da cidade. Esses bens culturais estão sendo reunidos e identificados para que possam, posteriormente, ser apresentados ao público em exposições – presenciais ou virtuais – ou espaços de memória. Essas ações estão previstas no acordo de cooperação técnica assinado entre o PNI e a UNILA e que tem como objeto o levantamento, inventário e conservação dos bens culturais do parque.



Coordenado pelo historiador e docente da UNILA, Micael Alvino Silva, o grupo que está focado no trabalho previsto no acordo conta ainda com os docentes Heloísa Marques Gimenez e Mamadou Alpha Diallo, e o servidor técnico-administrativo, museólogo e historiador, Pedro Louvain. “O acordo de cooperação técnica traz da UNILA o que ela tem de melhor que é o seu quadro de especialistas para a coleta, análise e interpretação de documentos e objetos históricos e culturais e a contrapartida do parque é permitir o acesso a todos os espaços onde este material possa ser encontrado”, explica Micael.



Com o acordo, será possível agregar diferentes projetos de pesquisa e extensão relacionados à cultura e história, como o projeto “Museologia social no Parque Nacional do Iguaçu: levantamento, inventário e conservação dos bens culturais”, desenvolvido desde 2021 e coordenado por Pedro Louvain. Foi a partir desse projeto de extensão que nasceu a necessidade de estabelecer um acordo de cooperação.



Cascata - Cachoeira São João vista a partir da casa de máquinas da antiga usina 

Entre os documentos encontrados pela equipe de Louvain estão fotografias, 500 plantas arquitetônicas de prédios históricos do Parque (todas digitalizadas e à disposição de pesquisadores) e mapas. “Há um material iconográfico fantástico. Entre eles um mapa de 1940 que inclui a parte urbana de Foz do Iguaçu . A cidade não tem mapa dessa época. O parque tem. E está tudo preservado”, comemora Micael.


Mamadou, Heloísa,Micael, Louvain e Eladio Oliveira observam fotos e documentos relativos à Usina São João

Também foram identificados projetos arquitetônicos e documentos dos equipamentos da primeira usina hidrelétrica da região oeste do Paraná, a Usina São João, que forneceu energia elétrica entre 1942 e 1983. O projeto da usina nasceu no rastro da criação do Parque, em 1939, como parte da infraestrutura necessária para permitir o acesso de turistas, assim como o primeiro aeroporto da cidade (hoje sede do Gresfi), conta Micael.


: Reprodução de registro feito nos anos 80 mostra equipamentos de geração de energia


“A gente vê a usina sendo construída no conjunto dos grandes investimentos para gerar energia para o parque e levar a linha de transmissão para o centro da cidade. E isso em 1940. A ligação da rede elétrica do parque à cidade é uma infraestrutura gigantesca para a época, num lugar inóspito”, analisa. A Foz do Iguaçu da época era formada por 14 ruas, dispostas a partir do quartel do Exército, e recebeu dois ramais elétricos para abastecer o próprio quartel, o aeroporto e o Hotel Cassino Iguaçu (hoje sede do Senac).


Diários de produção de energia que eram preenchidos pelos usineiros

“Esse é um ponto em relação ao Parque Nacional que ninguém foca. O parque está em um lugar que os estrategistas do governo federal sabiam que não tinha nada. E tinham que fazer tudo”, destaca Micael, citando também como parte da melhoria da infraestrutura o envio de recursos para o porto de Foz, que possibilitava o acesso à cidade localizado onde hoje está a sede da Marinha, e a construção da BR 277. “É impressionante a gente saber que tem recursos do parque na rodovia, recursos para melhorar a infraestrutura do porto. Foi um megainvestimento em Foz do Iguaçu na naquela época. Estima-se 32 milhões de cruzeiros, quando o orçamento do Paraná todo era de 28 milhões de cruzeiros.”

Cachoeira São João vista a partir da casa de máquinas da antiga usina 

A contribuição da Usina São João para o desenvolvimento da cidade também é um aspecto apontado por Pedro Louvain. “A usina é um bem cultural extraordinário que tem sua importância pela contribuição para o desenvolvimento do Parque e do município. Foz teve luz, por muito tempo, graças à Usina de São João”, diz. “É um patrimônio cultural contemporâneo e é necessário ter o reconhecimento oficial, o tombamento como patrimônio cultural”, completa.



Quando foi projetada e construída, a capacidade era de 336 KW – o suficiente para abastecer o consumo médio de duas mil residências. Diários de produção de energia alimentados pelos usineiros e as plantas técnicas e arquitetônicas da usina – originais e dos grupos de revitalização – estão no acervo recuperado por Louvain, assim como álbuns de fotografia registrando toda a infraestrutura e equipamentos relacionados à Usina São João. “Estamos fazendo um esforço para identificar todos os resquícios materiais relacionados com a história da Usina, como equipamentos e objetos, para tentar repatriar para o Parque”, comenta Louvain, lembrando que o trabalho inclui registrar também a história dos usineiros que nela trabalharam. “E é assim a gente monta o quebra-cabeça da história da Usina.”



Hoje, a casa de máquinas da usina, localizada aos pés da cachoeira São João, e projetada em estilo colonial, como os demais edifícios do parque, encontra-se em situação de abandono. A barragem, os canais e dutos que transportam a água até a comporta estão como foram projetados. O grupo que desenvolve projetos no âmbito do acordo de cooperação técnica sugere que, recuperada, a casa de máquinas e seu entorno transformem-se em um espaço de memória para abrigar documentos e objetos históricos. “Como um espaço de memória, a usina poderia nos ajudar a compreender e a sensibilizar as próximas gerações em temas como meio ambiente e sustentabilidade, mas sobretudo poderia nos ajudar a entender como o Estado, tanto no nível federal quanto estadual, investiram no turismo como estratégia de desenvolvimento regional do oeste do Paraná”, avalia Micael Silva.



Acervo


Todos os materiais que tenham valor histórico e cultural estão sendo coletados nos diferentes edifícios construídos no PNI, encaminhados por servidores do parque ou doados por pessoas que tiveram relação com sua história. Duas salas da Escola Parque – laboratório de curadoria museológica e reserva técnica – abrigam o acervo.


Os materiais estão divididos em quatro acervos distintos: o arquivístico, que reúne documentos, mapas, plantas arquitetônicas e fotos; o museológico, onde constam objetos como uma central telefônica; e o arqueológico, que conta com 400 fragmentos cerâmicos e outros objetos. Há ainda um quarto acervo, o bibliográfico, composto basicamente por livros, que ainda não foi iniciado. Todo o material coletado, passa por processos de higienização, catalogação, digitalização (de impressos) para ser disponibilizado para pesquisa e, posteriormente, exposto ao público.



Segundo Louvain, que é o curador do acervo, todos os mapas e plantas arquitetônicas já estão digitalizadas e serão agregados ao Museu Digital da UNILA, futuramente. Pesquisadores que desejarem acesso aos documentos podem entrar em contato com o curador pelo e-mail pedro.oliveira@unila.edu.br. “A pesquisa dá sentido à curadoria do acervo, por isso estamos convidando vários docentes da UNILA para conhecer o que já temos”, diz Louvain.



O objetivo é, no futuro, formar um novo Museu do Parque Nacional do Iguaçu para expor o acervo que está sendo preparado. O parque abrigou um Museu de História Natural, criado na década de 40 e desmobilizado no início dos anos 2000. “Nosso sonho é a volta do Museu do Parque. Não como era antes. A gente quer que volte de acordo com o pensamento do Século 21, que tem outra museologia.”

 
 

 

 

 
 
Deixe seu comentário!
 
 
 
Banner pedrão 2018
Banner Exposição
Bassani
Banner violência se limite
Rose Bueno Acessórios
Banner Mirante
Banner emprego
Banner Einstein