O diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, e o diretor-geral paraguaio da Itaipu Binacional, Franklin Rafael Boccia, comemoram nesta quinta-feira, dia 9 de agosto, o novo marco de geração alcançado pela maior usina hidrelétrica em operação do mundo.
Desde o início da operação, em 1984, até as 18h55 desta quarta-feira, dia 8 de agosto, a hidrelétrica gerou um total de 2 bilhões de megawatts-hora (MWh). Este volume seria suficiente para suprir as necessidades de energia elétrica do mundo inteiro por 40 dias.
Para o diretor-geral brasileiro, esse marco mostra que Itaipu vem cumprindo rigorosamente a missão para a qual foi criada: gerar energia para o desenvolvimento sustentável do Paraguai e do Brasil.
Animado com o bom desempenho da usina, ele prevê que Itaipu poderá fechar 2012 com um novo recorde de produção anual, superando o melhor resultado alcançado em 2008, quando gerou 94,7 milhões de MWh.
“Com a conclusão do sistema de transmissão de 500 Kv, o Paraguai vai iniciar uma nova etapa de industrialização e de crescimento econômico, fazendo uso pleno da energia que Itaipu produz”, declarou Samek.
A obra, considerada fundamental para garantir o fornecimento de energia elétrica para o país vizinho, vai ligar a subestação da margem direita de Itaipu, em Hernandárias, com a subestação de Villa Hayes, que está sendo construída na Grande Assunção.
Conjunto de ações
A linha de transmissão de 500 Kv integra um conjunto de ações que visam a melhorar o sistema elétrico paraguaio. Entre as obras em andamento, sob a gestão da própria Itaipu, estão a subestação de Villa Hayes e a ampliação da subestação da margem direita. O sistema, que prevê investimentos da ordem de US$ 550 milhões, vai entrar em operação em maio de 2013. Maior parte dos recursos é do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem).
Homenagem e cenário para as próximas décadas
“Quero agradecer e homenagear todos os operários que trabalharam na construção da usina e aos empregados que, nos últimos 28 anos, deram sua contribuição para transformar Itaipu num empreendimento não só respeitado pela capacidade técnica de geração de energia limpa e renovável, mas também pelas suas ações de responsabilidade socioambiental”.
Royalties
O diretor destacou que a usina já distribuiu mais de US$ 10 bilhões em royalties para os dois países. Samek vislumbra um cenário promissor para os próximos anos em função dessa boa parceria. “Em 2023, a usina estará paga, modernizada, e continuará vital para a economia dos dois países”.
Para Boccia, a produção acumulada de 2 bilhões de MWh, é sem dúvida, um número para ser comemorado com muita alegria. E é também motivo de grande orgulho para toda a Itaipu, dos técnicos aos funcionários administrativos. “É um marco histórico”.
Média de geração
De janeiro até agora, a Itaipu já produziu um total de 61,5 milhões de MWh. Se a média de geração alcançada nos primeiros sete meses do ano for mantida, o recorde será facilmente quebrado.
A usina de Itaipu é, atualmente, a maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia limpa. Com 14.000 MW de potência instalada, fornece 16,99% da energia consumida no Brasil e abastece 72,91% do consumo paraguaio.
A usina tem 20 unidades geradoras, cada uma com capacidade nominal de 700 MW. A 19ª unidade foi instalada em 2006 e a última em 2007.
A energia garantida de Itaipu é de 75 milhões de megawatts-hora, mas a usina vem produzindo, anualmente, acima de 90 milhões de MWh.
A produção supera a capacidade nominal das unidades geradoras graças, principalmente, aos cuidados com sua manutenção e operação. Os indicadores de disponibilidade da usina situam-se entre os melhores do mundo.
Outros marcos
A marca de 1 bilhão de MWh foi alcançada em 7 de junho de 2001. O novo marco da produção acumulada, o de 3 bilhões de MWh, só deverá ser atingido em 2023, coincidindo como o ano em que a binacional quitará sua dívida.
Comparativos
O volume de energia produzido por Itaipu nesses 28 anos seria suficiente para atender o consumo de eletricidade do Brasil – indústrias, residências, comércio e setor público – por quatro anos e oito meses; do Paraguai, sócio no empreendimento, por 183 anos; e da vizinha Argentina, por 17 anos e nove meses.
País europeu grande consumidor de eletricidade, a França poderia ser suprida por quatro anos, menos tempo que o Reino Unido – cinco anos e seis meses. A Alemanha, país mais rico da zona do euro, teria três anos e seis meses de eletricidade.
Mesmo nos maiores mercados consumidores do mundo, Estados Unidos e China, a produção de Itaipu seria expressiva. Nos Estados Unidos, supriria todo o consumo de eletricidade por seis meses, enquanto na China, com seus 1,3 bilhão de habitantes, por seis meses e doze dias.
Outros comparativos mostram o que representa esse volume de energia. Ela supriria o consumo do Paraná por 76 anos e atenderia com energia elétrica 430 cidades do porte da Grande Curitiba (cerca de 2 milhões de habitantes). Ou, ainda, atenderia o consumo de energia elétrica anual de 4.149 cidades do porte de Foz do Iguaçu.
Toda a América Latina, excluindo o Brasil, poderia ser suprida por essa produção acumulada de Itaipu por quatro anos e sete meses.
Funcionamento
A Itaipu tem a incumbência de entregar a energia produzida na usina até os pontos de conexão com o Sistema Interligado. No lado brasileiro, a conexão é localizado na subestação de Foz do Iguaçu, de propriedade de Furnas, e no lado paraguaio, a conexão é realizada na subestação Margem Direita, situada na área da usina de Itaipu. A transmissão da energia até os centros de consumo é de responsabilidade de Furnas Centrais Elétricas, no Brasil, e Ande (Administración Nacional de Electricidad), no Paraguai.