Foto: Alexandre Marcheti/Itaipu Binacional - Representantes do Instituto de Trânsito de Foz do Iguaçu (Foztrans) encaminharam nesta sexta-feira (31), ao Ministério das Cidades, em Brasília (DF), a carta-consulta pleiteando recursos para instalação da primeira fase do projeto de Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) na cidade. O investimento previsto para a implantação do sistema é de R$ 210 milhões.
O documento, elaborado com apoio de Itaipu Binacional, contém dados técnicos do sistema viário do município, planilha de custos detalhada, mapas e estudos de demanda para que o projeto seja incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Médias Cidades, lançado no último dia 19, pela presidente Dilma Rousseff.
O engenheiro Andreas Arion Schwarz, gerente do Departamento de Obras de Itaipu, mostra o projeto do VLT
Etapas
Nesta primeira fase, que será analisada pelo Ministério das Cidades, o projeto prevê um ramal de 12 quilômetros entre a futura sede da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), na Avenida Tancredo Neves, até a Praça da Paz, no final da Avenida Juscelino Kubitscheck.
As fases seguintes contemplam um percurso total de 40 quilômetros, estendendo o trajeto do VLT até o Parque Nacional do Iguaçu, passando pelo Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu.
Mobilidade
“Eu acho que o Brasil percebeu, com o crescimento econômico, que um dos mais graves problemas das cidades hoje é exatamente a mobilidade. Por isso, estamos ouvindo especialistas que atuam nesses modais para oferecer ao Ministério das Cidades uma proposta com visão de futuro e que atenda as necessidades de Foz do Iguaçu”, afirmou o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek.
Estações
De acordo com o engenheiro Andreas Arion Schwarz, gerente do Departamento de Obras e Manutenção (ODM.CD) e um dos coordenadores do projeto pela Itaipu, nesta primeira etapa do projeto os trens passariam pelo canteiro central das avenidas JK e Tancredo Neves, com terminais intermodais instalados nas pontas do sistema (Unila e Praça da Paz) e outras 12 estações intermediárias.
Para suportar a demanda nos horários de pico, o estudo indica a necessidade de aquisição inicial de quatro composições. Cada composição é formada por dois vagões e tem capacidade para transportar até 400 passageiros. Ainda segundo Schwarz, a demanda prevista para o sistema é de 40 mil passageiros por dia.
No custo de R$ 210 milhões, estão incluídas a aquisição de oito composições com dois vagões (R$ 7 milhões cada uma delas, num total de RS$ 56 milhões), a construção dos terminais e das estações, as obras de infraestrutura para instalação dos trilhos, as readequações viárias, a revitalização da Avenida Tancredo Neves, a construção do viaduto de acesso ao futuro campus da Unila e até a implantação de ciclovia em todo o trecho.
Ainda conforme o engenheiro, esse custo poderá ser abatido com a incorporação ao sistema de tecnologia desenvolvida pela própria Itaipu. Um exemplo é a ideia de transformar as composições em veículos elétricos, com energia gerada a partir de banco de baterias de sódio. Atualmente, os únicos VLTs fabricados no Brasil são movidos a diesel e biodiesel.
Prazos
No total, o PAC Mobilidade Cidades Médias propõe liberar mais de R$ 7 bilhões, por meio de financiamento público, para “fomentar ações estruturantes para o sistema de transporte coletivo urbano, por meio de qualificação e ampliação da infraestrutura de mobilidade urbana”. Foz é um dos 75 municípios brasileiros com mais de 250 mil e menos de 700 mil habitantes pré-habilitados para receber parte dos recursos.
Pelo cronograma do governo federal, as propostas deverão ser analisadas de 3 de setembro a 1º de outubro; de 8 de outubro a 30 de novembro haverá a defesa das propostas em reuniões presenciais. A divulgação do nome das cidades contempladas será no dia 14 de dezembro.
Andreas Schwarz comenta que, se a proposta de Foz do Iguaçu for acatada, o próximo passo será a contratação do projeto executivo – processo que deve durar um ano –, seguido da licitação para as obras de infraestrutura e a aquisição dos equipamentos. Se tudo der certo, o VLT começaria a rodar em Foz do Iguaçu no primeiro semestre de 2015.
Solução para o transporte
Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, a proposta do VLT não apenas ajuda a resolver um problema de transporte coletivo, sobretudo após a instalação do campus da Unila, como complementa outros projetos importantes em desenvolvimento na cidade. Entre eles, a revitalização da Avenida Tancredo Neves, a construção da segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai e o Projeto Beira-Rio, que tem apoio do próprio governo federal. “São projetos que se comunicam”, destacou.
Polo de atrações
Samek lembra ainda que Foz do Iguaçu é o segundo destino mais procurado pelos turistas estrangeiros que visitam o País e que a realização de eventos internacionais importantes, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, tem potencial de atrair mais pessoas para a região.