Por Jéssica Nágilla Hagemeyer e Marco Aurélio Batista de Sousa
Foto de Ilustração: Internet - O conceito de desenvolvimento sustentável foi utilizado pela primeira vez em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Por meio do Relatório Brundtland, essa comissão reformulou o ideário de desenvolvimento, procurando satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras, por meio do uso razoável dos recursos da terra, da preservação das espécies e habitats.
Nos últimos duzentos anos, o debate sobre o desenvolvimento econômico centrou-se, basicamente, na crença da mão invisível de Adam Smith: os recursos naturais seriam alocados de acordo com as adequações do livre mercado. Dentro dessa lógica de maximização de lucro e minimização de custos, a exploração dos recursos é feita de forma irracional e a sociedade atual se vê presa ao dilema de como crescer sem causar maiores impactos negativos à natureza.
Quando se fala em sustentabilidade, há diversas possibilidades ou aspectos que podem ser trabalhados, entre os quais o social, o econômico e o ambiental, denominados de dimensões do desenvolvimento sustentável. Assim, reconhecer que os recursos naturais são finitos e possuem função e valor econômico é o primeiro passo para procurar tratá-los de maneira distinta daquela pela qual têm sido abordados até o momento, remanejando seu uso com o intuito de que essa situação de desprezo ambiental acabe para não se tornar insustentável daqui a alguns anos.
Nesse sentido, o desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do emprego de matérias-primas e produtos e seu uso consciente, além do aumento da reutilização e da reciclagem de objetos de plástico e alumínio, sem mais desperdícios. Desse modo, um olhar mais atento para as formas de consumo inteligente vão-se consolidando pouco a pouco mediante iniciativas isoladas e coletivas, mas que trarão benefícios a todos.
Ademais, muitas propostas apontam para diferentes mecanismos como solução para condicionar a produção à capacidade de suporte natural, destacando-se no âmbito empresarial e, cada vez mais, grandes corporações estão aprimorando-se para unir ganho e inovação sem agredir demasiadamente a natureza. Em se tratando do território nacional brasileiro, que é contemplado por um leque de possibilidades de se obter energia, alimento e transportes limpos, livres de graves agressões ao solo e água, o governo deveria estimular tais empreendimentos proporcionando mais subsídios, reformulando algumas políticas econômicas e investindo nesse ecodesenvolvimento, pois não há como não discutir progresso nacional sem pensar nos impactos socioambientais futuros.
Diante disso, destaca-se que a Rio+20, conferência realizada neste ano no Rio de Janeiro, apresentou-se como uma oportunidade para debater e discutir assuntos relacionados à sustentabilidade no âmbito empresarial e das nações. Foi o momento de o setor empresarial e a sociedade organizada, comprometida com esse tema, participar para cobrar, dar suporte e incentivar que as resoluções da conferência fossem as mais ambiciosas, estratégicas e operativas no sentido de encontrar melhores caminhos do que o atual curso da história dos problemas ambientais, dentre outros provocados pela ação do homem no planeta.
Jéssica Nágilla Hagemeyer: Acadêmica do curso de Direito da UFMS – Câmpus de Três Lagoas/MS. E-mail: jessicahagemeyer@hotmail.com
Marco Aurélio Batista de Sousa: Professor da UFMS – Câmpus de Três Lagoas/MS. E-mail: marcoa@cptl.ufms.br