Foto: Ilustração - O Programa Cultivando Água Boa (CAB), desenvolvido pela Itaipu Binacional, foi avaliado pelo teólogo e filósofo Leonardo Boff como “a experiência ecológica mais bem realizada em escala mundial”. A análise foi feita pelo escritor na manhã desta quinta-feira (22), no primeiro dia do 10º encontro do CAB, promovido até sexta-feira (23) em Foz do Iguaçu.
“Itaipu conseguiu com que a ecologia fosse incorporada também como políticas públicas, inclusive na forma de projetos de lei em algumas cidades, o que é muito raro no mundo. E com isso ganhou essa ressonância planetária”, afirmou.
A declaração vem de quem conhece o programa de perto: Boff participou de todas as edições do encontro e atuou na concepção do CAB, adotado por Itaipu nos 29 municípios da Bacia do Paraná 3.
“O que faz a riqueza dessas experiências são pessoas como Nelton Friederich, Jorge Samek, Cícero Bley Júnior e suas equipes de homens e, especialmente, de mulheres, que se empenham neste programa”.
Transformação individual e coletiva
Para o teólogo, transformações como essas são as responsáveis pelo programa estar em seu topo de iniciativas ecológicas mais bem sucedidas. Segundo Boff, esse sucesso só foi possível porque Itaipu soube desenvolver o envolvimento da comunidade nas ações do Programa o que, consequentemente, levou a ecologia socioambiental à pauta dos legisladores.
Entre as iniciativas citadas pelo teólogo estão os pactos e as místicas das águas, feitas com os moradores das microbacias. “Essa dimensão mais tipicamente humana diferencia o CAB das visões reducionistas de ecologia”, afirmou.
No início do Cultivando Água Boa, Boff participou das palestras de formação dos quadros de educadores socioambientais na região, com mais de 600 pessoas capacitadas.
“Este foi um ponto culminante do processo. Itaipu teve uma decisão sábia ao escolher o tema da água para o programa, a partir de uma visão mais ampla de ecologia, como aglutinadora de seres humanos”, analisou. “E a fez isso bem essa conscientização, a partir de meios pedagógicos, com ritos que incorporaram não só a água, mas todo o discurso da ética socioambiental”.
Diálogos de Humanidade
Boff participou da atividade inaugural do evento, os Diálogos de Humanidade, ao lado da conselheira da prefeitura de Lyon, Geneviève Ancel. “Nos demos conta que a água é um bem com risco de virar commodity e temos essa luta política e ética de manter esse recurso”, concluiu Boff.