Foto: Alexandre Marchetti - Presidente paraguaio comemora na usina novo marco histórico de produção e agradece ao governo brasileiro pela colaboração na construção da linha de transmissão que vai ligar Itaipu à Grande Assunção.
A Itaipu Binacional superou nesta terça-feira (18), às 15h10, os 94.684.781 de megawatts-hora (MWh) que produziu em 2008, até então recorde mundial de geração anual de energia elétrica. Em 2013, o desafio é fechar o ano com mais de 100 milhões de MWh. Uma marca possível de ser atingida, já que em 2012 a produção deve ficar entre 97 milhões e 98 milhões de MWh.
A quebra do recorde foi acompanhada na usina pelo presidente do Paraguai, Federico Franco, e autoridades do setor elétrico. Franco destacou o trabalho integrado com o Brasil, no empreendimento binacional, para o desenvolvimento econômico dos dois países.
Foto: Caio Coronel/Itaipu - A comemoração do nosso record de produção..
Foto: Alexandre Marchetti - Presidente do Paraguai comemorando o novo marco histórico de produção...
Também participaram da cerimônia o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek; o diretor-geral paraguaio, Franklin Boccia; demais diretores e empregados da usina. O ex-presidente da Eletrobras José Antonio Muniz Lopes, que é conselheiro de Itaipu, representou o ministro brasileiro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Lobão, que não pôde comparecer por problemas de agenda, mandou uma mensagem que foi lida pelo diretor-geral brasileiro. “É uma honra ser ministro num momento histórico de Itaipu, quando a usina bate mais um recorde de geração de energia”. Também foi lida uma mensagem do presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, que cumprimentou toda a diretoria e os empregados pelo feito histórico.
Espírito de cooperação
Segundo o presidente Franco, o recorde reforça a amizade e o espírito de cooperação entre os dois países. Ele agradeceu ao governo brasileiro pelo apoio na construção da linha de transmissão de 500 kV, que está em construção entre Itaipu e a Grande Assunção.
De acordo com o presidente, a nova linha de transmissão irá possibilitar que o Paraguai utilize uma parte maior de sua própria energia de Itaipu, resultando em um salto no desenvolvimento econômico do país. “Queremos que o Paraguai seja [no futuro] um país industrializado como é o Brasil”, afirmou.
Samek reforçou que o desenvolvimento do Paraguai interessa não apenas àquele país. “O Brasil quer se desenvolver, quer crescer, quer cada vez mais se tornar um grande parceiro internacional. Mas também deseja que todos os seus vizinhos tenham um desenvolvimento igual. Essa linha [de 500 kV] será a redenção e representará a industrialização do Paraguai”, destacou o diretor-geral brasileiro.
Comemoração
A comemoração da nova marca estabelecida pela usina foi acompanhada por aproximadamente 800 empregados e toda a diretoria de Itaipu. A solenidade incluiu apresentações de músicas típicas dos dois países, enquanto um telão e vários outros monitores mostravam, em tempo real, a produção de Itaipu até atingir o recorde.
Números
A energia produzida por Itaipu até as 15h10 desta terça-feira já seria suficiente para atender o consumo de todo o mundo por aproximadamente dois dias. Também poderia suprir o abastecimento do Brasil por 81 dias e do Paraguai por oito anos e oito meses. Poderia, ainda, abastecer a cidade de São Paulo por três anos e quatro meses e a cidade do Rio de Janeiro por seis anos e quatro meses.
A expectativa do corpo técnico da usina é fechar 2012 com uma produção acima de 97 milhões de MWh. O excelente desempenho pode ser explicado por uma coincidência favorável de fatores: afluência distribuída razoavelmente ao longo do ano, apesar da estiagem dos últimos dois meses; demanda aquecida, no Brasil e no Paraguai; instalações confiáveis e bom sistema de distribuição.
Samek acrescenta, ainda, a forte cooperação entre as áreas internas de Itaipu e o trabalho coordenado de Itaipu com o Operador Nacional do Sistema (ONS), a Eletrobras, Ande (estatal paraguaia) e as demais empresas do setor elétrico dos dois países.
Disputa
Em 2012, a Itaipu trava uma disputa acirrada com a usina de Três Gargantas, na China, pelo recorde mundial de geração anual. No ano passado, a chinesa produziu 78,2 milhões de MWh, ante 92,2 milhões de MWh da binacional.
Com 32 unidades geradoras de 700 MW cada uma, Três Gargantas tem uma potência instalada de 22,4 mil MW. Itaipu tem 20 unidades geradoras e uma potência instalada de 14 mil MW.
Três Gargantas começou a operar em plena carga em 2012 e, neste ano, superou a geração da binacional em alguns momentos. Mas só no final de dezembro será possível afirmar qual das duas será a líder mundial de geração de energia em 2012.
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Os 94,68 milhões de MWh abasteceriam todo o Paraná por três anos e sete meses. Ou ainda: poderiam suprir o consumo de energia elétrica anual de 21 cidades do porte da grande Curitiba; 143 cidades do porte de Cascavel; 76 cidades do porte de Londrina; 196 cidades do porte de Foz do Iguaçu.
No Brasil, a produção acumulada deste ano poderia suprir todo consumo de energia elétrica da região Sul por 16 meses; da região Sudeste por cinco meses; do Estado de São Paulo por 9 meses; da cidade de São Paulo por três anos e quatro meses; da cidade de Campinas por 32 anos; ou da cidade do Rio de Janeiro por seis anos e quatro meses.
Na América Latina, a energia de Itaipu produzida neste ano seria suficiente para suprir o atual consumo de energia elétrica da Argentina por dez meses; do Paraguai por oito anos e oito meses; do Chile por um ano e oito meses; e da Venezuela por um ano.
Se estivesse instalada na Europa, Itaipu teria produzido neste ano energia para abastecer Portugal por um ano e dez meses; a Alemanha por dois meses; a França por dois meses e 10 dias; o Reino Unido por três meses; e a Espanha por quatro meses. Ou ainda: a China por nove dias; os Estados Unidos por nove dias; a Índia por um mês e 15 dias; e o Japão por um mês.