Santos está oficialmente de luto. O decreto pela morte do compositor, músico, vocalista, cineasta e empresário Alexandre Magno Abrão (Chorão), da banda Charlie Brown Jr., foi assinado pelo prefeito da cidade, Paulo Alexandre Barbosa, na quarta-feira (06/03).
Embora tenha nascido na capital paulista, Chorão tinha uma alma tipicamente santista. Mais do que Roberto Carlos, com suas “curvas na estrada de Santos “, e os inesquecíveis Mamonas Assassinas, com seus “pelados em Santos”, as letras de suas músicas têm como inspiração a cidade que há 26 anos o vocalista havia escolhido para chamar de sua. O “escritório na praia” era na Aparecida, na direção dos prédios do BNH, conjunto residencial popular que ele cita ao comparar seus pertences, - "uma magrela e um 'apê' no BNH" - aos de uma menina milionária que estava paquerando.
As referências ao skate e ao futebol também têm tudo a ver com a cidade. Era nas rampas da Praça Palmares, ainda no bairro de Aparecida, e na pista indoor que ele criou em 2004, no Gonzaga, que o artista fazia as manobras radicais que o empolgavam. Sensações descritas em trechos das canções "Skateboard Amor Eterno" ou "Skate Vibration".
Chorão não era homem de meias palavras nem meias paixões. O amor pela cidade estendia-se ao Santos Futebol Clube, que o cantor reverenciou em 2012, participando da composição de homenagem ao clube nas festividades pela conquista do tricampeonato paulista, na Vila Belmiro. Em 2010 já havia liderado um show do Charlie Brown Jr., em que o Peixe apresentava Robinho como reforço do time, também na Vila.
Dados biográficos
Nascido em São Paulo em 9 de abril de 1970, Alexandre Magno Abrão mudou-se para Santos em 1987, onde em 1992 criou a banda Charlie Brown Jr. Durante sua carreira fez nove álbuns em estúdio, dois discos ao vivo, duas coletâneas e seis DVDs. Em 2005, o trabalho "Tâmo aí na atividade” foi premiado com o Grammy Latino de melhor álbum de rock brasileiro, o que se repetiu em 2010 com "Camisa 10 joga bola até na chuva".
Roteirista dos filmes "O magnata" (2007), do diretor Johnny Araújo, e do longa “O cobrador”, ainda em andamento, o vocalista também se realizou como empresário. Administrou marcas de skate como a DO.CE, que fundou em 2009, e viabilizou a realização de grandes eventos desse esporte no País, além de manter o espaço Chorão Skate Park em Santos, desde 2006.
Chorão ganhou o apelido na adolescência, quando não sabia andar de skate e ficava, de olho comprido e lágrimas mal contidas nos olhos, espiando os amigos fazerem manobras. Teve uma infância e adolescência difíceis por causa da separação dos pais, que aconteceu quando tinha 11 anos. Largou a escola na sétima série.
Chorão morreu em São Paulo, na última quarta-feira (06/03). Deixa um filho de 23 anos, parentes, amigos e milhares de fãs. Está enterrado no Memorial Necrópole Ecumênica, cemitério vertical com majestosa vista para o Estádio Urbano Caldeira, campo de seu time do coração, o Santos Futebol Clube.
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