Quem teve a oportunidade de assistir ontem, 11, a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), transmitida ao vivo pela TV Senado, com certeza deverá estar se perguntando: Por que será que a presidente Dilma ainda não convidou a Maria Lúcia Fattorelli, para ser a sua assessora especial para Assuntos Econômicos?
Falando de improviso, demonstrando conhecer profundamente este assunto, Maira Lúcia foi vivamente aplaudida por diversas vezes. “Poucos sabem, - mas o fato é que só em 2013, estamos pagando mais de R$ 768 bilhões dos juros da Dívida Pública – ou seja, mais de R$ 2,5bilhões por dia de juros da dívida. E para onde vai esse dinheiro?”, pergunta.
“Quem arca com o peso da dívida pública é a sociedade e o maior beneficiário do endividamento público é o sistema financeiro”, afirmou Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida Pública, ontem, 11, durante a audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos no Senado.
Maria Lúcia explicou que a Auditoria Cidadã da Dívida é uma associação civil, sem fins lucrativos, que busca auditar e debater a realidade das dívidas públicas. Ela disse que a dívida pública é um sistema e não pode ser vista de forma isolada, pois é “um mecanismo de subtração de recursos” de estados e municípios.
Aí está o dinheiro que falta nos investimentos sociais – na saúde, na educação, na segurança, na mobilidade urbana, entre outros. E até quando vamos ter que conviver com isso? Qual será o candidato a presidência da República que irá levantar essa Bandeira no ano que vem?
Os senadores foram presenteados com o livro Auditoria da Dívida Cidadã dos Estados, onde consta um estudo sobre todas as resoluções do Senado sobre o assunto desde o início da década de 70 até a década de 80. “A imensa maioria das resoluções não mostra quem foi o agente emprestador e nem a finalidade dos empréstimos”, disse ela ao criticar a transparência dos documentos das dívidas públicas.
“Essa conta foi transferida para a sociedade e está sendo paga religiosamente pelo cidadão” – afirmou Maria Lúcia, que elogiou a iniciativa do Senado de realizar uma audiência pública para ouvir a sociedade civil.