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Pela minha família, pelo meu filho e pelos meus netos, eu digo SIM, senhor presidente!
  Data/Hora: 18.abr.2016 - 8h 34 - Colunista: Cultura  
 
 
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João Maria Teixeira da Silva

 

 

Apesar de ontem ter sido um dia histórico para o nosso país, confesso que entre o período das 16h00 às 18h00, fiquei ligado no canal do esporte assistindo o jogo entre o Bahia e o Santa Cruz, pelas semifinais da Copa do Nordeste.

 

Foto: Ilustrativa - internet - Enquanto as manifestações lá foram corriam soltas, principalmente nos grandes centros, 22 mil torcedores que pagaram ingresso, viram o Bahia cair diante da sua própria torcida pelo placar de 1x0, gol de grafite. No outro jogo, o Campinense venceu o Esporte por 1x0 e a decisão foi para os pênaltis.

 

Não assisti as cobranças dos pênaltis, levantei para desligar a televisão, quando intuitivamente passei para  a. E eis que me deparei com o início da votação do processo de Impeachment, começado pelo sul do país...

 

Já tinha colocado os tênis para dar uma andada, quando resolvi abortar a operação, tendo em vista que 90% dos deputados que proferiam os seus votos diziam, repetiam praticamente o mesmo jargão: “Pela minha família, pelo meu filho e pelo meu neto, eu digo SIM, senhor presidente!

 

Sentei no sofá e fiquei ali até as 11h20 da noite quando foi proferido o último voto...

 

Diante do resultado final, me convenci de que sem a ampla maioria no Congresso – mesmo que o Senado venha reverter essa situação e sepultar o Impeachment, o país vai continuar ingovernável e não vamos ter paz e muito menos crescimento econômico... Se vale ou não apena resistir, só os próximos meses, ou talvez, os próximos anos é que vai nos dizer...

 

Uma das coisas que mais me chamou a atenção, não foi com o que estava acontecendo lá no Congresso. O que mais me chamou a atenção foi uma releitura interior. Consegui me manter o tempo todo com a mesma energia, com a mesma convicção e com o mesmo ponto de vista que defendi desde que se instalou esse processo investigativo no Congresso Nacional.  

 

E mesmo depois do resultado avassalador a favor da instalação do processo de Impeachment, mentalmente continuei com a mesma serenidade, com a mesma paz de espírito que consigo obter quando sento para escrever sobre política local ou nacional, ou sobre qualquer outro assunto que estiver na pauta no momento...

 

E foi assim, com o coração pacífico, com a vontade de prosperar e viver em harmonia com todos ao nosso redor que sentei para escrever este texto. Como se estivesse relembrando as palavras do Mestre: “Bem aventurados são aqueles de coração pacífico por que eles herdarão a terra”.

 

Antes, porém, enfiei a mão no bolso para me certificar se tinha uns trocados para pagar uma aposta que fiz com o meu amigo Soler, cujo escritório fica em frente a nossa redação. Ele estava convicto desde outubro de 2014, quando 54 milhões de eleitores foram a Rua e votaram na Dilma que o Impeachment iria passar.

 

O que realmente me chamou a atenção nessa votação foram o prestígio e a consideração que a maioria esmagadora dos que disseram SIM, deram as suas próprias famílias. Poucos entraram realmente no mérito da questão antes de proferir o seu voto. Ou seja, se a Dilma cometeu ou não algum tipo de crime.

 

Foram poucos os que tiveram a coragem de dizer que essas pedaladas foram feitas antes no governo Fernando Henrique, no Governo Lula e que em 2015 foram feitas por 16 Governadores e entre eles, o próprio Beto Richa do Paraná... Ou seja, de que não há um fato concreto para fundamentar o pedido de impeachment.

 

Não vi ninguém dizer, por exemplo, que por detrás desta destituição da presidente está o fato que para enfrentar a crise financeira de 2008, em 2011, ela mandou baixar a taxa Selic, aquela que remunera os juros da dívida pública, que hoje é astronômica e que consome quase 80% de tudo o que produzimos...

 

Não vi ninguém dizer que por detrás desta manobra toda está o fato de que ainda em 2011, foi mandado também baixar através da Caixa e do Banco do Brasil, os juros do consumidor, além de congelar o preço da gasolina e da energia elétrica, o que incomodou todo o setor financeiro... Esse mesmo setor que financia as campanhas e troca de governo como se fossem trocar um de seus vestuários que estrategicamente mantém no armário para usar ao seu bel prazer...

 

Não deixe de ver a continuação dessa matéria ainda esta semana...  

 
 

 

 

 
 
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