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O Significado da cacetada de Francisco em Macri, por Carlos Fernandes
  Data/Hora: 24.jun.2016 - 4h 26 - Colunista: Cultura  
 
 
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Fonte: Postado por Carlos Fernandes no dia 14 de junho no Diário do Centro do Mundo -  O governo argentino do presidente Maurício Macri passou por mais um constrangimento de proporções internacionais. Dessa vez a desmoralização pública veio de ninguém menos do que Jorge Bergoglio, seu compatriota que atualmente lidera a igreja católica.

 

Através da Fundação Pontifícia Scholas Occurrentes, o Papa Francisco ordenou recusar a oferta de uma doação no valor de 16 milhões e 666 mil pesos que oficialmente seriam destinados para contribuir com a manutenção da equipe profissional, da infraestrutura e do equipamento da sede central da fundação papal.

 

Porém, o que se especula no centro do poder religioso católico é que a doação seria uma forma de “comprar” a simpatia do santo papa em relação ao governo macrista que sofre de uma avassaladora onda de impopularidade no seu país.

 

Além do visível desconforto causado no alto clero da igreja católica, pegou muito mal a cifra 666 estar presente no valor da doação. Incluir o número da Besta num donativo ao Vaticano é de uma grosseria diplomática digna de um José Serra.

 

O caso por si só já seria suficiente para demonstra a desconfiança de uma boa parcela da comunidade internacional nos métodos utilizados por um governo que prefere abdicar da qualidade de vida de seu povo para beneficiar os interesses dos Estados Unidos da América e seus fundos abutres.

 

Mas um detalhe na entrevista concedida pelo diretor geral da Scholas Occurrentes, José Maria del Corral, tornou o episódio ainda mais vergonhoso para Macri. Corral lembrou que essa não é a primeira vez que a fundação recusa esse tipo de doação. Dinheiro vindo da Conmebol também foi recusado devido ao seu envolvimento no esquema de corrupção da FIFA. Liguem os pontos e chegaremos a uma conclusão óbvia.

 

Macri, com toda a sua intolerância e insensibilidade social, faz um governo que seria o de Aécio Neves e que está sendo o de Michel Temer. Em comum, os três compartilham da mesma obtusidade que os impedem de perceber que o respeito internacional não é um bem que se compra, mas uma dádiva que se conquista com muita luta e honra.

 

Aécio, se a história ainda lhe reservar qualquer espaço, será o de pior perdedor que o processo democrático poderia criar. Será lembrado como uma criança mimada cuja única adversidade que enfrentou na vida veio implacavelmente do mais soberano dos juízes: a vontade popular.

Michel Temer é ainda pior. Pela sua deficiência moral e por sua ganância pelo poder, estará condenado a carregar pela a história a terrível pecha de traidor. Ao beijar a face de Dilma enquanto a apunhalava pelas costas, rescreveu, ao seu modo, outra triste traição.

 

Não é à toa que o santo papa queira distância dessa gente. A julgar pelo papel que estão protagonizando nesses tempos difíceis, é capaz que até o Criador, se existir, negue-lhes o perdão.

 
 

 

 

 
 
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