“Relembrar da Velha Gaúcha é voltar ao tempo da exploração das terras, da enxada, da foice, do carro de boi, da derrubada do mato para dar lugar às casas dos desbravadores, homens e mulheres corajosos e cheios de sonhos...”.
Como descrever um encontro como este?
O apresentador Jones de Souza foi muito feliz em dizer que essa data ficará marcada na vida e na memória de cada um que ali se encontrava...
“A alegria e a emoção desse encontro ficará para a história das novas gerações, nossos filhos, netos, bisnetos saberão e comentarão uns com os outros esse grande dia...”. Pessoalmente, confesso que nunca imaginei encontrar num mesmo local tanta demonstração de amizade sincera e fraterna como pude constatar neste Encontro.
Desde a entrada na recepção, em cada canto que se olhava, eram reencontros calorosos, seguidos de muita emoção – abraços fortes, acompanhados de largos sorrisos e daquela tradicional e confortável energia verbal – “que bom te ver por aqui”.
E o mais lindo ainda é você poder olhar nos olhos das pessoas e ver o brilho de felicidade estampado na face acompanhado de um sorriso abrasador, como se estivéssemos vivendo e convivendo num mundo totalmente diferente, onde o que prospera e frutifica são as energias criativas da amizade, do companheirismo e do amor fraternal.
Um momento diferente, producente e altamente inovador, como muito bem continuou descrevendo o apresentador: “Tudo o que estaremos vivendo nesse dia foi carinhosamente preparado para mexer com nossas emoções, para trazer de volta amizade, o companheirismo, as lembranças de uma época passada, mas jamais esquecida de nossas vidas...”
Mas quem era essa velha Gaúcha, hoje cantada em prosa e verso pelos nossos Pioneiros?
Difícil de descrever?
Até por que, nas suas entranhas traz histórias e reminiscências de um passado nem tão distante que nos lembra a mata fechada, as estradas lamacentas e empoeiradas e o valor de uma mão amiga para auxiliar, ajudar e compartilhar tudo, absolutamente tudo que ia desde a ensinar a plantar e cultivar o grão – a repartir o trigo e a farinha para fazer o pão.
Ou, até mesmo dividir um estaleiro improvisado no alto de uma árvore para caçar uma paca, um porco do mato, uma anta ou uma onça pintada – cujo couro estendido em frente à residência era sinônimo de coragem, valentia e determinação...
Esse era o medo que se tinha na época... O medo em se locomover de uma localidade para outra de dia ou de noite, correndo-se o risco de ser picado por uma cobra, ou dar de cara com uma onça pintada ou com um bando de porcos do mato...
Sessenta anos depois, esse medo dos animais selvagem já não existe mais – hoje o medo que predomina e ronda as nossas portas é outro – e por incrível que pareça muito mais perigosos e danosos não só para o ser humano, como também para a vida do Planeta Terra e o coletivo social...
É o bicho homem que revestido de uma ganância sem precedentes se transformou numa fera selvagem capaz de matar e mutilar milhares de pessoas anualmente para saciar a sua fome voraz de ter mais e mais – onde o que conta é o TER e que se dane para sempre o SER...
Depois de fazermos uma reflexão como esta, é que de fato podemos visualizar a REAL importância de um ENCONTRO como este, aonde vimos reacender no coração de cada um desses participantes um novo AMANHÃ...
E QUE NOVO AMANHÃ será esse que a Velha Gaúcha nos ensina?
Baseando-se nesse Encontro, podemos dizer que temos aqui uma Velha Gaúcha com os seus eternos ensinamentos de um Coração de Mãe – muito mais fraterno, humano e inspirador...
E que coração é este? Para melhor ilustrá-lo, faço minha as palavras do escritor Inácio Dantas, onde em seu livro: “Mulher, Mãe: Lições vida para toda a vida! ele fala sobre os seus Ensinamentos e pontua: “ai do filho que não ouve sua mãe...”
No seu ponto de vista: “... mãe ensina, os mestres aperfeiçoam, a vida diploma. Não há lições velhas, mas aprendizes novos. O mundo é uma escola sob o céu azul, com bilhões e bilhões de alunos...
“O que será de um filho que rejeita ou ignora os preciosos ensinamentos de sua mãe?
O mundo é uma arena e digladiam-se aqueles que não têm embasamento, aqueles que não tiveram, desde tenra idade, o pulso forte de sua mãe, pois filho que ouve e aplica seus ensinamentos prepare-se para vencer batalhas rumo à aurora de uma vida feliz.”
“Ensinamentos de mãe não estão nas aulas que se ensinam nas escolas. São lições que quadro negro nenhum é capaz de registrar. Mestres, doutores, por mais graduados que sejam não ensinam, embora verdadeiramente muitas das lições de suas vidas acadêmicas foram aprendidas sob a ponta do indicador do dedo materno”.
Talvez, pensando sobre tudo isso é que o apresentador Jones de Souza, dizia que: “Relembrar da Velha Gaúcha é voltar ao tempo da exploração das terras, da enxada, da foice, do carro de boi, da derrubada do mato para dar lugar às casas dos desbravadores, homens e mulheres corajosos e cheios de sonhos...”.
“Obrigado por terem vindos... Ao vê-los por aqui hoje, não consigo encontrar palavras para descrever a emoção que estou vivendo nesse momento...”, lembrou Edson Fernando da Silva, presidente da Comissão Organizadora, que, aliás, ganhou como um dos maiores presentes a reunião completa da sua família, só faltando mesmo, o nosso saudoso Hugo da Silva, que há pouco tempo nos deixou para morar em outro plano.
Blairo Maggi, Senador e atual Ministro da Agricultura, um dos idealizadores deste Encontro, ao fazer a sua saudação aos participantes fez uma breve retrospectiva da sua infância em São Miguel do Iguaçu – “nasci aqui, vivi aqui o meu primeiro dia de aula, andei por essas Ruas e Calçadas e nunca vou me esquecer destes aprendizados. Nós somos frutos do meio em que vivemos e devo muito do que hoje sou da educação que tive quando crianças desses professores”, referindo-se aos professores pioneiros na Educação em São Miguel e foram homenageados pelos Coordenadores do Encontro.
O agropecuarista Eraí Maggi Scheffer, ao lado do vice-prefeito Mauro Remor e do Dr. Ijair Vamerlatti..
Falando em Blairo Maggi, a imagem que ficou dele nesse encontro foi de uma elegância e simplicidade abrasadora, ou seja, estava por inteiro. “As tecnologias modernas nos ajudaram na organização deste Encontro. Os primeiros passos foram dados depois de uma idéia minha de se criar um grupo no whatsapp para reencontrar os amigos e a partir daí marcamos essa data. O sucesso está aí, e ainda hoje acredito que a Organização estará marcando uma nova data para que o Segundo Encontro se realize”, pontificou Blairo.
Um pouco da História do Município:
A derradeira linha de ocupação, deu-se através da iniciativa organizada empresarialmente por Grupos Exploradores, um deles liderado por Alfredo Paschoal Ruaro, que tinha experiência de exploração em cidades como Maripá, Céu Azul, Toledo e outras do Oeste do Paraná. Em 1948, a empresa instalou no local a Colonizadora Pinho e Terras Ltda, empresa esta que abrangia grandes áreas dos atuais municípios entre Cascavel e Foz do Iguaçu.
Esta Colonizadora abriu um núcleo chamado Colonizadora Gaúcha Ltda. Este núcleo colonizador formou-se na sua maioria por pessoas vindas do Rio Grande do Sul. Portanto, as famílias Ruaro e Dalcanalle não podem ser consideradas colonizadoras por não explorarem a região como colonos, pois tinham objetivos e interesses que não os que simplesmente se fixar para colonizar, mas podem ser citados como pioneiros no sentido de exploração.
Quanto à primeira família que se instalou no local como colonizadora, com o objetivo de habitar como colono, constam nos registros a de Vitório De Toni. Após eles, muitas famílias se instalaram nessas Terras...
Os primeiros sócios da Colonizadora Gaúcha Ltda., foram Arlindo Mosé Cavalca, Alberto Dalcanale, Luiz Dalcanale, Benevenuto Verona e Alfredo Paschoal Ruaro. Em 1949 foram seus Diretores Benvenuto Verona e Luiz Dalcanale Filho, ambos já falecidos. Luiz Dalcanale Filho, posteriormente deixou o cargo.
Professores Homenageados: Zalina Castanhel, Ana Luiza Castanhel, Tereza Turri Verona, Maria Verona Marcon, Dimas Raicik, Onira Borges, Adalberto Senen e Irmã Beatriz, representando o Colégio Nossa Senhora de Fátima.
Agradecimentos:
“Nossos agradecimentos a Sônia Martinelo, Colégio Ativa, Neli Maceda, Luciana Ghellere, Katiane Silva, Edson Fernando da Silva, Jones de Souza e Rádio Jornal, Mate Laranjeiras, Neguinho –Diagro – MT, Valmor Zanete, Vanilda Scheffer Justo, Grasmil, João Limirio (Logo) – Salente Maceda (Hino).
Comissão Organizadora: Edson Fernando da Silva (Presidente) – Maria Sidney Medeiros, Márcia Janete da Silva, Neli Maceda, Branca Carradore, Pedro Barbosa de Oliveira, Juracy Bongiolo, Sônia Martinelo, Jones de Souza, Heleno Streppel, Tigrinho Lazzeris, Marizia Knak, Madalena Topanotti, José Ghellere, Eliane Pavão e Salete Maceda.
Aglaê Cavalca, representando a Família Cavalca ao lado da sua grande amiga Sônia Martinelo
“O amor é o elemento que eleva a moral ao patamar da dignidade”.
Mais de 100 fotos disponíveis em alta resolução, você poderá encontrar no face - Album dos Amigos da Velha Gaúcha, através deste aqui (copie e cole): https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10206526208908364.1073741830.1664830128&type=3
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