Inaugurado em 16 de outubro de 1987, o espaço surgiu com a premissa de ser ligado às questões ambientais e de trazer a comunidade para o ambiente de preservação da história regional
Da Assessoria - Foto da Maquete de piso do Ecomuseu: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional - No dia 16 de outubro de 1987, há exatos 30 anos, mais de 700 pessoas se reuniram para a inauguração do primeiro museu da América do Sul voltado para atender o meio ambiente – mais especificamente, o da região Oeste do Paraná. Era o Ecomuseu da Itaipu, que nasceu pioneiro e é ainda hoje referência em preservação e inovação.
Desde antes do início da construção da Itaipu, quando foram estabelecidas as bases da política ambiental da empresa, já se sabia da necessidade de criar um museu que tivesse, em seu acervo, elementos da arqueologia, flora, fauna, hidrologia e história da região que deu lugar ao reservatório da usina. Mas, para uma usina nascida para quebrar recordes, não se podia imaginar um museu tradicional.
Crianças visitam modelo de gerador. Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional
Para estabelecer o museu, foi contratada a arqueóloga e historiadora Fernanda Camargo-Moro (1933-2016), que propôs algo que ia ao encontro das necessidades da empresa, principalmente em relação à questão socioambiental: a “museologia social”. Em outras palavras, mais que apenas abrigar objetos, o Ecomuseu desenvolveria trabalhos com o objetivo de vincular “a região (território) com elementos representativos da natureza e do desenvolvimento cultural (patrimônio) e com a população local (comunidade)”.
Não se tratava, portanto, de um ecomuseu criado por uma comunidade, mas sim para uma comunidade. E ainda hoje, balzaquiano, o Ecomuseu da Itaipu continua sendo exatamente isso: um espaço instrutivo e irresistível, que reúne a comunidade e integra a população do Oeste do Paraná com a Itaipu.
Crianças reunidas em evento do Ecomuseu. Foto: Acervo/Itaipu Binacional
“Que bom que você veio”
Desde o início dos trabalhos, em 1987, a equipe do Ecomuseu desenvolveu um conjunto amplo de ações, voltadas especialmente à educação ambiental. Foram encontros, seminários, feiras de ciências, colônias de férias, eventos culturais, exposições, cursos, jogos... Atividades diversas, para públicos diversos.
Em meados do ano 2000, o Ecomuseu fez uma pausa nas atividades – mas por um bom motivo. Durante quase dois anos, o prédio esteve fechado ao público enquanto foi realizado extenso trabalho de revitalização e qualificação das exposições e do espaço. Era a versão “revista e ampliada” do Ecomuseu, com novas salas de exposições, salas educativas, o LTA (Lugar onde Tudo Acontece) e o Espaço das Artes.
Visita ao acervo do Ecomuseu. Foto: Acervo/Itaipu Binacional
E, por falar em ampliação, logo após a reforma, em 2003, foi ampliada também a missão de Itaipu. O espaço, é claro, acompanhou a evolução, realinhando suas ações – agora, ainda mais essenciais para aproximar a Itaipu da comunidade. Para fortalecer esse papel, foi criado o Programa Valorização do Patrimônio Institucional e Regional, coordenado e desenvolvido pelo Ecomuseu em parceria com os municípios, comunidades, sociedade civil organizada e instituições governamentais e não governamentais da região.
E essa sintonia se espalhou pelo território. Grande parte dos 14 museus existentes hoje na BP3 contou, desde sua criação, com o apoio da equipe do Ecomuseu de Itaipu e da Itaipu Binacional tanto com o acompanhamento e assessoria técnica nas questões museológicas e empréstimo de materiais expositivos, quanto com o apoio ao desenvolvimento de atividades e processos de mobilização social.
Ney Braga visita o Ecomuseu, no dia da inauguração do espaço. Foto: Acervo/Itaipu Binacional
Um museu de grandes novidades
Recentemente, em 2010, o Ecomuseu passou por uma nova revitalização. Foi construída a maquete de piso, que encanta a todos os visitantes com uma representação da BP3 iluminada com leds; foram instaladas telas interativas com informações sobre os municípios e depoimentos de moradores da região; e os demais espaços foram totalmente renovados. Grandes exposições, como "Múltiplo Leminski" (2013) e "Trabalhadores", de Sebastião Salgado (2014), atraíram multidões. E, com certeza, ainda há muito por vir.
Participe da festa e comemore o aniversário de 30 anos do Ecomuseu. No dia 18 de outubro, quarta-feira, às 20h, serão inauguradas as exposições Ecomuseu 30 Anos e Ney Braga: 100 anos na história do Paraná. Na tarde do dia 28, acontece mais uma edição do Ocupe o Museu, com atividades diversas para a comunidade