Ontem à tarde (06), o Professor Álvaro, Diretor de Teatro, da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer da nossa cidade, me repassou via WhatsApp, um vídeo da TV Educativa de Curitiba de um programa que foi ao ar no último dia 29. E junto à recomendação: “se tiver um tempinho assista essa entrevista com o Guilherme Almeida, que por vários anos foi meu aluno de teatro e hoje está brilhando como figurinista na Capital do Estado. Vou te passar o contato dele e se achar interessante, numa dessa poderá fazer uma matéria. É gente nossa...,” me disse Álvaro.
No vídeo, Gui Almeida, como é conhecido no meio artístico, fala com fluidez sobre a importância do trabalho do figurinista na elaboração dos figurinos utilizado pelos personagens de uma produção artística, seja ela no formato cinematográfico, televisivo ou teatral.
“A nossa responsabilidade numa produção é criar o figurino adequado que possa atender a um roteiro anteriormente produzido e a ele concedido pelos produtores de uma determinada obra. A nossa tarefa é pesquisar, produzir ou providenciar peças que contemplem as exigências deste roteiro, dentro da época em que a história está sendo inserida”, explica.
“O figurinista deve, a partir do conhecimento prévio do enredo e de suas peculiaridades, providenciar, além das indumentárias dos personagens, as peças que contemplarão os atores, e também todos os demais assessórios necessários”, pontifica.
Logo depois de extrair esse comentário do vídeo, conversamos via aplicativo. Veja como foi.
Jornal - Quem é Gui Almeida?
- Tenho 24 anos, sou formado em Bacharelado em Artes Cênicas pela Universidade Estadual do Paraná - com pesquisa em elementos Visuais da Cena dentro do processo Cênico. Minha formação no teatro é como: Ator, Diretor, Figurinista, Cenógrafo, Dramaturgo, produtor e Maquiador cênico. No cinema como: Diretor de Arte, figurinista e Produtor de objetos.
Jornal - Onde nasceu e quem são seus pais?
- Sou Natural de São Miguel, e hoje em dia uso Gui Almeida como nome artístico. Meus pais são comerciantes. Osmar e Cleide Almeida. Tem um comércio local em São Miguel a Poko Preço. Mesmo simples, filhos de agricultores sempre me incentivaram no Teatro e tiveram orgulho das minhas escolhas.
Jornal - Onde trabalha e por quanto tempo fez teatro em São Miguel do Iguaçu?
- Trabalho em Curitiba desde 2012. Já fazem 6 anos. Comecei a fazer teatro em São Miguel em 2008 até final de 2011.
Jornal - Qual a lembrança que mais te marcou durante o período em que esteve fazendo teatro em São Miguel do Iguaçu?
- Uma das lembranças mais bonitas que tenho do teatro em São Miguel do Iguaçu foi ao lado do meu amigo, o Diretor Álvaro Sampaio, quando escrevemos o espetáculo Lembranças. Uma peça em homenagem aos 50 anos do Município, onde costurando histórias dos pioneiros da cidade e fizemos muitos se emocionarem. O espetáculo tinha o apoio do balé Municipal de São Miguel do Iguaçu.
Jornal - Qual o filme ou a peça teatral que mais marcou em sua vida?
- Muito difícil escolher. No período que fui jurado do Prêmio Gralha Azul de Teatro Paranaense, vi mais de 100 espetáculos e cada um me tocou de uma forma diferente.
Jornal - Qual o livro que você destacaria para os jovens de hoje?
- Sempre fui apaixonado pela literatura infanto-juvenil. Pesquisei no período da faculdade Teatro para crianças. E se fosse escolher um livro, com certeza seria a saga Harry Potter. Que me proporcionou lembranças felizes e que traz uma metáfora a cerca de governos ditatoriais que precisamos tomar muita atenção.
Jornal – No vídeo, você diz que vai estrear um novo trabalho. Fale um pouco a respeito.
- Será um espetáculo para o TCP (Teatro de Comédia do Paraná) a CIA oficial do Teatro Guaíra. O espetáculo se chama "Papéis de Maria Dias" são 11 atores em cena e eu assino o figurino do espetáculo que são quase 60 peças de Figurino com 5 estações de troca. Um trabalha muito complexo, mas que estou tendo um carinho imenso em poder executar. Para esse projeto convidei 3 artesões de Curitiba que estão completando Figurinos e adereços com sua arte. Valorizar o artesão sempre foi um sonho meu, com o Guaíra tenho essa estrutura e suporte para tornar esse sonho realidade.
Jornal - Qual a definição que o Gui Almeida faz de si mesmo como artista num cenário como o de hoje em que o país e o mundo vive, carente de bondade e cercado de violência?
- É muito dolorido ver o desentendimento cada vez mais das pessoas com arte. Hoje em dia artista virou vagabundo. Mas o que muitos não entendem é que estamos cercados de arte, seja nos filmes, nas novelas, nas roupas que vestimos e até mesmo em nossos comportamentos. A arte é muito importante para o desenvolvimento humano. Ela é capaz de expressar o sentimento mais íntimo do ser e o Teatro é o suporte dessa expressão humana.