Por Rejane Christ Maria Ghellere,
Nós somos seres criativos, viemos de linhagens que tiveram que encontrar formas para sobreviver e enfrentar os obstáculos. Estamos sempre criando e adaptando.
Nossas vidas são extremamente corridas, passamos os dias trabalhando, preocupados com os afazeres, entramos em um ritmo para conseguirmos dar conta de tudo e da melhor forma possível. Passamos a semana inteira aguardando pelo caro final de semana, que passa voando. Por mais que amemos nosso trabalho e entendemos que dele vem o nosso sustento, é difícil evitar que a exaustão se torne nossa companheira.
Muitas vezes não aproveitamos nosso tempo da maneira que gostaríamos como passar mais momentos com a família, ver um filme, quem sabe ler aquele livro que está a muito tempo guardado.
Quando se recebe a notícia de que hoje o esperado é outro: “fique em casa”, é um pouco desconcertante, ficamos angustiados.
Apesar da situação pela qual nos encontramos hoje, pode-se tirar algum proveito disso, vendo com outro olhar.
Pois então… Como tornar essa demanda “ficar em casa” uma tarefa possível e prazerosa para todos?
No dia a dia dividimos nosso tempo para tudo, comer, dormir, tomar banho, limpar a casa, trabalhar, onde está o prazer, ou melhor a graça de criar nisso tudo?
Nós somos seres criativos, viemos de linhagens que tiveram que encontrar formas para sobreviver e enfrentar os obstáculos. Estamos sempre criando e adaptando.
Por que não usar este artifício filogenético ao nosso favor neste momento?
O famoso ócio, conhecido como sinônimo de folga, descanso, se organizado e bem administrado pode nos proporcionar momentos agradáveis e produtivos estando sozinho ou com a família. O sociólogo Domenico de Masi chama de ócio criativo a ação de unirmos o tempo livre com alguma atividade que nos divirta e possibilite aprendizado.
Podemos tornar nossas experiências uma escolha desejada, viver no momento mesmo com a ansiedade do futuro. Nos autorizando no aqui-agora
Este ócio pode nos proporcionar um autoconhecimento, um desenvolvimento humano e uma orientação para nossa felicidade, além da massa e do ritmo que estamos acostumados e que muitas vezes não representam nossa real vontade.
Aproveite este tempo para conhecer a si mesmo, perceber-se no espaço em que vive, o que você trás para ele? O que você quer trazer para ele?