Foto Ilustração: Divulgação/Internet
Por João Baptista Herkenhoff,
Juiz de Direito aposentado (ES) e professor
Email – jbpherkenhoff@gmail.com
Devido à epidemia de corona virus que desaconselha reuniões com a presença de grande número de pessoas, a Comissão do Prêmio Dom Luís decidiu que, neste ano, a outorga da premiação seja realizada de forma virtual.
Não obstante este cuidado, será dada a máxima divulgação ao evento.
O insight para criar este prêmio brotou da inteligência do Padre Alberto Fontana.
Recebendo a sugestão, o ex-Governador Paulo Hartung aprovou-a com entusiasmo.
Merece parabéns o Governador Renato Casagrande por incorporar o Prêmio Dom Luís ao calendário cívico do Estado.
A cerimönia, como já é tradicional, ocorrerá no dia 24 de Agosto.
Neste ano serão homenageados, coletivamente, todos os profissionais que prestaram serviços de atendimento e socorro aos atingidos, nas áreas de saúde, segurança, transporte, abastecimento, limpeza publica, atendimento social e solidário, atendimento religioso e fúnebre e tudo o mais.
Dom Luís Gonzaga Fernandes foi Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória.
Exerceu seu pastoreio ao lado de Dom João Baptista da Mota e Albuquerque, Arcebispo Metropolitano.
Embora Dom João tivesse o título de Arcebispo e Dom Luís fosse Bispo auxiliar, essas denominações não traduzem dependência ou hierarquia.
Bispo é Bispo e até o Papa define-se como Bispo de Roma.
Nós tivemos a presença de Dom Luis Gonzaga Fernandes, como Bispo Auxiliar de Vitória, durante quinze anos.
Quando foi transferido para Campina Grande, essa transferência nos desagradou. Lembramo-nos dos primeiros tempos do Cristianismo, quando as comunidades cristãs escolhiam os Bispos.
Sentimo-nos feridos porque fomos despojados de nosso Bispo, sem qualquer consulta a nossas opiniões.
Dom Luís Gonzaga Fernandes faleceu no Estado da Paraíba, no dia 4 de abril de 2003.
D. Luis compreendeu que o Bispo não é apenas um pastor local. É um peregrino e seu destino é caminhar.
De um lado, é um homem ligado a seu tempo e preocupado com o destino do seu país, da América Latina, do mundo e, dentro do mundo, especialmente preocupado com os países pobres e os pobres dos países pobres.
De outro lado, é o nordestino, tem a fibra nordestina, capaz de vencer qualquer barreira, esperar qualquer espera, fiado não no provérbio popular (Deus tarda mas não falha), porém num outro provérbio ainda mais rico de esperança (Deus nunca tarda, nós é que somos apressados).
Sempre vi em D. Luis a figura do profeta, aquele que nunca se omite quando deve anunciar a Justiça e denunciar a injustiça. Outro traço notável seu é a capacidade de valorizar as pessoas, identificar os dons de cada um e fazer com que frutifique toda a potencialidade de seus colaboradores.