Por Camyle Hart, via redes sociais...
Não aguento mais!
Com o passar dos dias, dos meses e já se vai quase um ano… quem não tem ouvido constantemente esta frase? “Não aguento mais!” entrou no ranking dos desabafos mais comuns ultimamente.
A pandemia começou e todos nós tínhamos em mente de que em poucas semanas tudo estaria resolvido. Psicologicamente, nos preparamos para 15 dias, no máximo um mês. Só que conforme o tempo foi passando, as notícias passaram a ser menos otimistas: os números de contaminados aumentando, o número de mortos também, até que atingimos o platô… e dali não saímos mais. Lá se foi o final do verão, o outono, o inverno e possivelmente a primavera… um ciclo todo em confinamento, tendo de lidar com o medo, com a desesperança, com a solidão e com muitas angústias, entre elas, a insegurança em relação ao futuro.
Neste cenário apocalíptico, não causa estranheza que muitos de nós estejamos em esgotamento psicológico, um desgaste emocional que nos torna mais pessimistas. O neurocientista Matthew Walker afirma que as pessoas mentalmente cansadas têm uma percepção mais negativa da realidade. Muitas vezes, simplesmente nos sentimos cansados, sem forças para reagir e então tudo ao redor pede o sentido e o brilho.
O esgotamento psicológico é muito comum e, possivelmente, você conhece alguém que esteja sentindo-se assim. É um cansaço tão grande que a pessoa acorda pela manhã já pensando que não irá dar conta de fazer suas tarefas ao longo do dia… além de psicológico, a fadiga é física também.
Outro sintoma é a insônia. No início, acordamos algumas vezes ao logo da noite, mas com o tempo, passamos a ter dificuldade em voltar a dormir. A perda da memória também acontece, além de sintomas físicos como palpitações, dor de cabeça e alterações digestivas.
Outra característica é a anedonia, que é a incapacidade em sentir prazer nas situações do dia a dia… vemos tudo em tons de cinza.
Mas como enfrentar tudo isso?
O primeiro passo é admitir a si mesmo que se está assim e depois buscar caminhos para se conhecer melhor, se reencontrar. Outra passo importante é priorizar-se, é pensar em si mesmo e buscar fazer o que gosta.
Outra coisa é não exigir tanto de si mesmo, não fazer pressão. O cenário está incerto e difícil, portanto, não devemos cobrar tanto de nós mesmos.
Talvez o desequilíbrio psicológico dessa pandemia esteja sendo tão devastador quanto o próprio vírus em si.
Camyle Hart, Jornalista, psicóloga analítica 45 99932-0666