Por Clodoaldo Ghellere, via redes sociais...,
Foto ilustrativa - Divulgação/Internet - Conforme a crença de algumas religiões, o mal se revela através de um monstro ou uma criatura do inferno.
A verdade mais desagradável e chocante é que o mal não está nas figuras mitológicas. O mal assume várias facetas e é invisível. Para Hannah Arendt em seu livro "Enchmann em Jerusalém", pode ser aquele bom vizinho, marido gentil e leal, um modelo como homem de família e membro da sociedade ou na esposa perfeita, a boa mãe, que leva e busca todos os dias seus filhos na escola. Assim, o mal é muito mais perigoso que aqueles demônios e espíritos malignos que conhecemos pelas obras de filósofos e literatos.
O mal na atualidade é débil e amplamente disperso. Para Bauman "a triste verdade é que ele está à espreita em cada ser humano normal e saudável".
A perseguição, a mentira, a exposição com o intuito de prejudicar a vida de um estranho, sem haver a menor dúvida de que se cumpre o dever e de que se é moral é uma das formas do mal. É o formato invisível da maldade na "modernidade líquida".
O mal assume várias formas - de maneira mais estranha - como a linguagem sádica e canibalesca encontrada nas orgias verbais do ódio sem rosto nas redes sociais, nas cloacas virtuais em que se defeca sobre os outros e nas demonstrações incomparáveis de insensibilidade humana.
Felizes eram os tempos em que havia formas evidentes de mal. Hoje não sabemos mais quais são elas e onde estão.