Por Camyle Hart via redes sociais,
Durante a pandemia não víamos a hora de poder voltar à vida normal. Sonhávamos com o momento em que poderíamos andar livremente sem máscaras e sem medo. Lembranças de festas e momentos de lazer eram comuns em conversas com amigos pelas redes sociais.
O momento chegou, porém algo nos surpreendeu: não somos mais os mesmos e, aparentemente, nada mais ao nosso redor é.
Para muitos, aquela euforia por festas e interações sociais deu lugar à introspecção; a necessidade em estar no meio de muitos, deu lugar à escolha por um número seleto de amigos; a ânsia em estar constantemente falando, deixou o silêncio imperar... mais cabelos despenteados, roupas confortáveis, rostos limpos, esportes ao ar livre, pijamas e o conforto de casa tornaram-se a escolha dos finais de semana.
O isolamento social nos transformou e, talvez, nunca mais seremos os mesmos de antes. A Covid 19 não atingiu somente a saúde física, mas também mental e social das pessoas. Uma epidemia paralela e sorrateira também surgiu e o sofrimento psicológico com vários sintomas e transformações psíquicas impactaram a humanidade e somos a geração que vivencia essa transição. Ainda tateamos o escuro e não sabemos ao certo como lidar com tudo isso. Nos sentimos um pouco à deriva e talvez seja esta a sensação que nos deixa ansiosos ou depressivos, afinal, cada um responderá de maneira singular às inseguranças e incertezas.
Em março de 2022, a OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgou aumento de 25% dos casos de depressão e ansiedade. A pandemia afetou a saúde mental de jovens, que correm risco maior de comportamentos suicidas e automutilação. Também aponta que as mulheres foram mais severamente impactadas do que os homens e que pessoas com condições de saúde física pré-existentes, como asma, câncer e doenças cardíacas, estão mais propensas a desenvolver transtornos mentais.
Talvez tenhamos passado por um ‘restart’ e precisemos repensar muitas coisas daqui para a frente, pois a pandemia não modificou somente o mundo ao nosso redor, mas também uma transformação interna (ainda desconhecida, porém real e latente) aconteceu. “Nada é permanente, exceto a mudança.” Heráclito