Por Paulo Hayashi Jr
Tolerar e ter paciência é mais que uma simples estratégia de boa vizinhança. É medida de profilaxia para evitar uma guerra contínua de egos, vaidades e malquerer. Quem estende o entendimento da amizade fraterna trabalha na elevação da sua consciência com a certeza de que cada um colherá o que mesmo plantou. A lei da semeadura e colheita é obrigatória, ainda que muitos preferiram semear o mal ao bel-prazer do ego. Mas, o peso do tempo faz com que haja o amadurecimento das escolhas, em especial quando a dor cansa e a falta de paz na consciência pune os transgressores.
Assim, mais do que se preocupar com as falhas alheias, preocupemo-nos em olvidar as sombras e buscar a luz. A nossa luz interior do bem, do belo e da verdade universal, tal como as lições de Sócrates e de Platão. Sejamos aqueles que darão o exemplo do convívio e da palavra amiga. Aqueles que sabem estender a mão e o coração mesmo para situações desfavoráveis, pois não esqueceram da lição da pedra e da ausência de pecado ensinada pelo mestre Nazareno.
Mais do que apontar falhas de terceiros, que sejamos os piores inimigos de nossas próprias imperfeições. E que tenha sempre uma palavra de incentivo e amizade aos que ainda não estão no caminho correto. Mais do que transformar o mundo à força, que tenhamos não o veneno da guerra e da discórdia, mas o antídoto da tolerância e do amor para com os nossos semelhantes. Deixemos o tempo fazer sua parte depois.
Paulo Hayashi Jr - doutor em administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp.