Por Paulo Hayashi Jr.
A figura do líder ganha destaque nos últimos anos como o principal responsável pela direção e mudança das organizações. Todavia, mais do que simples decisores, precisamos de trabalhadores polivalentes que se equilibrem em diferentes aspectos da vida, sem esquecer do reino interior. O tempo passa e não são os acionistas os maiores interessados na gestão do líder, mas sua consciência. O tribunal interno para saber se está indo ou não na direção certa. Triste daqueles que gerenciam interesses de terceiros, mas não os próprios.
A consciência é o tribunal de Deus que observa de maneira silenciosa todos os atos, pensados e feitos, da pessoa sobre a terra. E quando o tempo passar e a vida estiver nos momentos derradeiros, a consciência questionará: O que acumulastes de luz e caridade? Multiplicastes o teu talento? Fizeste o bem necessário?
A existência não é um período de férias ou de acúmulos materiais, mas de aprendizagens e vivências naquilo que importa. De fazer o certo e ter o dever cumprido. De chegar no final da vivência, próximo da travessia do Aquerontes e com a certeza íntima de ter cumprido sua missão pessoal. Esta é a maior riqueza e prova de ter vencido o mundo. Pois, "de que adianta ganhar o mundo e perder a alma?" - Marcos 8:36. O líder consciente não é aquele que "apaga incêndios", tampouco o que aumenta a rentabilidade apenas. Mas aquele que sabe equilibrar as diferentes frentes da vida, sem esquecer de nenhuma, em direção ao infinito amor de Deus.
Paulo Hayashi Jr. - Doutor em Administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp.