Por Paulo Hayashi Jr.,
A história do indivíduo não começa no berço, tampouco termina no túmulo. Caso contrário, seria o mundo uma grande injustiça. Se há justiça divina é devido a necessidade de refazimento e reparação quando se erra, o perdão para quando se magoa, a reunião para novas ocasiões. Apenas a continuidade da vida em outras oportunidades pode oferecer tal correção.
O berço nascente é a oportunidade encontrada para que corações queridos ou não se reencontrem. As lições falhas de ontem são as preciosas aprendizagens de hoje. O acúmulo da aprendizagem e da experiência que aprimora o indivíduo são coletadas em singulares oportunidades e o caminho do progresso se torna mandatório. Apenas com as novas chances a vida se coaduna com o progresso e o avanço em conjunto com o universo. Avançar sob as próprias rachaduras é ter a esperança de que Deus é bondoso e piedoso, tal como professor disciplinado e rigoroso que não esquece as lições. Tampouco, deixa de oferecer outras maneiras de ensinar o conteúdo. Aprender e amar, reparar e progredir são alguns dos verbos que o berço oferece sem esquecer da responsabilidade e do peso do livre arbítrio.
Somos livres para escolher, mas responsáveis pelas consequências. Tal qual alunado que escolhe as direções, mas sem se eximir das imposições das decisões. É através dos erros e acertos, refazimentos e reflexões que há o acúmulo do conhecimento que pavimenta a luz interior. A sabedoria e a perfeição vêm com o tempo que jamais se desperdiça.
Paulo Hayashi Jr. - Doutor em Administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp.