Foto: Divulgação / Internet - “Você é o cara” – acrescentando em seguida – “você é o cara que o país e o mundo precisam e quero do fundo do meu coração parabeniza-lo por vencer esse pleito.”
Em seu pronunciamento lido que fez ao país, ontem, que durou cerca de dois minutos, pelo visto, quem o ajudou a escrever esqueceu de dizer que numa disputa eleitoral num regime democrático, vence a disputa quem tem mais voto.
Quem o ajudou a redigir esse texto, também esqueceu de dizer, que a eleição termina com o fechamento das urnas e a proclamação do resultado e que – “quem vence tem o direito constitucional e inalienável de governar para todos e não só para os seus”, apaziguando assim, esses que saíram por aí fechando rodovias e pedindo intervenção militar – cometendo o crime dos crimes num regime democrático.
Outro dado importante que deveria dizer, já que sempre citou em seus pronunciamentos – “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” – que a demora em se pronunciar a nação depois da eleição, foi para dar tempo aos seus “bolsonaristas golpistas” (que chamaste de movimentos populares) se organizarem sobre o seu camuflado comando para embasar esse seu pronunciamento de derrotado, mal amado e mal intencionado. Ou melhor, com a intenção de preservar o "tal mito".
Pelo que fez e pelo o que disse antes e durante o seu mandato, num país cujo nível civilizatório tivesse um grau mais elevado e não essa educação, em grande parte herdada dos regimes militares, teria levado uma goleada histórica já no primeiro turno.
Pelo o que fez com a máquina pública nessa eleição – o que você deveria dizer ao povo brasileiro – com relação ao seu vencedor, seria mais ou menos o que disse o Barack Obama – “Você é o cara” – acrescentando em seguida – “você é o cara que o país e o mundo precisam e quero do fundo do meu coração parabeniza-lo por vencer esse pleito.”
E deveria continuar: “Fazendo o que fiz, rasgando a Constituição em pleno período eleitoral, editando normas e medidas inconstitucionais, como a Pec dos combustíveis, baixando artificialmente os preços; a Pec dos Incentivos Sociais, três meses antes do pleito e usando toda a máquina pública e uma enxurrada de doações do mundo capitalista, e assim, tentar a voltar a ser competitivo, foram atos de desespero, por que amo a Liberdade, a Pátria e a Família. Não quero ser preso pelos crimes que cometi, principalmente durante a pandemia, quando priorizei a cloroquina em detrimento das vacinas e levei a morte milhões de brasileiros. Só tenho mesmo é que o parabenizar e reconhecer a sua vitória, como um ato de glória para com esse país.”
O que ele disse:
"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.".
"Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição", afirmou.