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Todo filho é pai da morte do seu pai...!
  Data/Hora: 14.nov.2022 - 9h 16 - Colunista: Cultura  
 
 
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Por Fabrício Carpinejar (via redes sociais, por Elizete Becker),

 

"Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

 

É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

 

É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

 

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.

 

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

 

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

 

Todo filho é pai da morte de seu pai.

 

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

 

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

 

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.

 

Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.

 

A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

 

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento.

 

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

 

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

 

Nos arrependeremos dos sofás, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

 

feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

 

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "

 

 
 

 

 

 
 
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