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João Maria
 
   
 
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Para entender os nossos irmãos “patriotas” – psicologia de massa – um texto espetacular - “Tá todo mundo louco?
  Data/Hora: 1.dez.2022 - 5h 33 - Colunista: João Maria  
 
 
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Da Redação: - Devo dizer que quando fui buscar uma foto junto ao google para ilustração desta matéria, me deparei com essa reflexão, a qual estou usando como introdução:  

 

“O mal sempre atrai o mal, então prefiro escolher o bem, cada pessoa que entra e sai das nossas vidas nos deixa uma lição, um aprendizado.  Nada é por acaso, nada é em vão.  Busco ser melhor que ontem, busco fazer a minha parte. Busco não reagir à maldade. Se for preciso me afastar do que não me faz bem, me afasto. Só quero sentir orgulho por oferecer o melhor que há em mim. Cada dia descubro que posso ir além. Sei que preciso aprender muito. Mas sempre fazer o bem é o melhor caminho que escolho para mim!”

 

Por Sérgio Freire, via redes sociais por Rosane Meneghetti Kampmam (fotos ilustrativas - Divulgação / Internet)

 

Mais que necessário, urgente! Pra resumir, seu vizinho não enlouqueceu propriamente, ele se entregou de corpo e alma às decisões de um grupo fechado e agora seu "eu" precisa da aceitação dele.🤕 (diz a professora Rosane).

 

"Tá todo mundo louco?

 

Sou psicólogo e linguista, com formação em Análise de Discurso. Por essa condição, sou muitas vezes perguntado sobre alguma explicação plausível para o comportamento assustador desses grupos de pessoas que hoje acampam na frente de quartéis.

 

São pessoas que não aceitam o resultado das eleições, com condutas que, de fora, parecem loucura. Podemos buscar explicações a partir de vários vieses, mas vamos fazer o recorte a partir desses dois lugares a partir dos quais me sinto confortável: psicologia e linguagem.

 

Como muita gente já apontou, muitos dos comportamentos de grupo que vemos no pessoal com a camisa do Brasil podem ser explicados a partir do que Freud apresenta em “Psicologia das massas e análise do eu”, de 1921.

 

Nele, Freud afirma que na massa, o indivíduo tem sua afetividade intensificada, sua capacidade intelectual diminuída e suas inibições instintivas próprias suprimidas.

O indivíduo se acha ligado ao líder - e aqui a eleição de Bolsonaro ajudou a organizar essa trupe - e aos outros indivíduos por uma energia libidinal. Para se ligar a outros, diz Freud, é preciso se desligar de si.

 

Na formação da massa, os indivíduos agem como se fossem homogêneos, pois na massa aparecem restrições ao amor-próprio narcisista. A primeira leitura é a de que essa gente saiu de si. “Ele não era assim...”, “Parecem robôs”, “Agem todos da mesma forma!” são constatações comuns.

 

Se o comportamento do grupo é muito igual, a adesão ao grupo se dá de forma diferente para cada indivíduo que participa do grupo. Sim, há várias motivações para a adesão. Aqui o inconsciente se cruza com a ideologia.

 

Grosso modo, ou a pessoa é motivada por uma falta – a vida sem sentido, por n motivos, encontra um sentido em um grupo que acolhe - ou, também, a adesão é motivada por questões de classe, naquilo que o bom e velho Marx descreveu bem.

 

Ódio inconsciente e às vezes consciente em relação aos pobres. Daí a existência de um bando de gente abastada de verdade (e outros que se acham ricos), bem de vida financeira (uns muitos com o carro financiado em 60 vezes), que são paupérrimos em saúde psíquica.

 

Esse pessoal engrossa o caldo do grupo e financia a sobrevivência da trupe. Há ainda a mistura das duas coisas, sendo, na verdade, um contínuo combinatório. Diga-se que a classificação aqui é meramente didática.

 

Dizendo de novo: se o comportamento do grupo é homogêneo e robotizado, as motivações para aderir fazem parte de um espectro amplo. Mas depois que adere, há uma homogeneidade nos comportamentos. Por que essa homogeneidade? Porque o grupo precisa se perpetuar.

 

Quando a pessoa acha num grupo a razão de ser, há um grande investimento psíquico para se manter nele. É preciso negociar crenças e valores e aceitar e repetir as ideias hegemônicas do grupo sob o risco de ser expelido e ver ruir todo o investimento psíquico inconsciente.

 

Isso acontece com religiões mais fundamentalistas. Freud também fala disso em “O futuro de uma ilusão”, de 1927, um dos livros sociais de pai da Psicanálise. E o que acontece quando a pessoa entra no grupo e não pensa exatamente como ele? Dá um tilt, mas é preciso se adaptar.

Acontece o que Leon Festinger, professor da New School for Social Research de Nova York, chamou de dissonância cognitiva. A teoria sustenta que um indivíduo passa por um conflito no seu processo de tomada de decisão quando pelo menos dois elementos cognitivos não são coerentes.

 

Em outras palavras, quando uma pessoa possui uma opinião ou um comportamento que não condiz com o que pensa de si, das suas opiniões ou comportamentos, ocorre uma dissonância.

 

Ela tem de decidir e decide pelo grupo, renunciando a si e às suas crenças para não ser expulsa e desabar na perda de seu investimento. As pessoas saem de si, repetem roboticamente as ideias do grupo porque, agora, é isso que ancora sua subjetividade. É um comportamento de seita.

 

Tudo isso gera um grupo ideológico por identificação, caracterizado por crenças sociais e políticas específicas, ligadas às ideias de direita ou extrema-direita. Esses grupos partem de verdades retóricas parafraseadas do pátria, família, religião.

 

Mas não respeitam a democracia e têm repulsa à diversidade, são ancoradas num moralismo retórico: cobram os outros, mas sempre tem lá no meio: o pedófilo, o comerciante sonegador, o homofóbico, o empresário pilantra, a família que escraviza pessoas, o violento misógino, a senhora perfumada racista e por aí vai.

 

Quando esses elementos moralistas de enunciação são descobertos em suas práticas, as redes não perdoam e gritam: “Não falha um!”. E aí vêm os inexoráveis vídeos de desculpa que, quase sempre, são ridículos porque não passam de teatrinho para dar conta de evitar um cancelamento.

 

Muitas razões para entrar, uma forte razão para ficar, pagando o alto preço da alienação de si. O comportamento do grupo vai sendo direcionado para sua sobrevivência, praticando atos, criando e disseminando ideias – e as redes digitais têm um papel importante nessa disseminação.

 

São comportamentos de manada que incluem muita violência, física e simbólica. A gente está vendo isso. Há uma irracionalidade que tem como lastro o bando. Horda primeva.

 

Esse é o esboço de uma explicação. Como qualquer explicação é bastante generalizante. Mas penso que nos ajuda a tentar compreender o que está acontecendo com gente querida e gente nem tão querida assim. A saída? Não sei.

 

Só sei que se Freud estiver certo – e costumo apostar nos palpites dele -, quando esses grupos se dissolverem, a quebra vai ser grande. Imagine você apostar todas as suas fichas em algo e esse algo que te sustenta desaparecer de repente?

 

Vai haver uma perda de ancoragem subjetiva imensa para muita gente. Talvez nós, psicólogos, sejamos bastante demandados por essas pessoas. Ou pelos seus queridos que se importam com elas. Porque acho que elas vão estar bem mal para ter força para se erguer sozinhas. A ver.

 

É importante notar que outros discursos que sustentam as mesmas ideias reforçam a noção de pertencimento. Isso se dá, por exemplo, com evangélicos neopentecostais. As pessoas fazem parte de vários grupos, que podem relativizar ou recrudescer o discurso do grupo dos amarelinhos."

 

 
 

 

 

 
 
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