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A calmaria e o Caminho do Progresso
  Data/Hora: 20.jun.2023 - 20h 1 - Colunista: Cultura  
 
 
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Por Paulo Hayashi Jr., 

 

A agitação da vida é variável, mas em qualquer momento podemos ser chamados aos desafios e questionamentos que nos fazem acelerar o processo de amadurecimento. O mundo não é um parque de diversão como muitos pretendem, mas uma escola onde as almas são educadas com vistas ao trabalho, ao desenvolvimento moral e à fraternidade do amor. As escalas para o céu são compostas por degraus de aprendizagem, renovação interior e consolo exterior. Se os mares bravios formam os melhores marujos e capitães, algo semelhante pode ser dito em relação àqueles que conseguiram entender o recado da existência. As dores e situações difíceis são suavizadas a partir do instante que se percebe que há um sentido por trás. Uma finalidade, um despertar, uma atenção para as lições em jogo. 

 

Para Viktor Frankl, criador da logoterapia e ex-prisioneiro nos campos de concentração da segunda grande guerra, a vida tem um sentido. Mas, é necessário esforço e vontade para sua definição. Seja por meio do trabalho que edifica a dignidade humana, seja por meio de uma causa ou uma pessoa amada. 

 

Ter um propósito permite manter a calma mental, apesar das turbulências exteriores. A partir do momento que o mundo interior se tranquiliza, é possível ser o peso de arrimo que equilibra a situação para todos. É convidar o progresso para sentar no banquete da vida, mesmo que os temperos sejam intensos e fortes. Que sejamos então os glutões, não para o estômago e para o sexo, mas para algo que nos afaste da animalidade. Propósitos e valores edificantes para a construção de uma vida nobre e superior.

 

O caminho do progresso

Goethe, cientista e escritor alemão do século XVIII, publicou seus estudos sobre a metamorfose das plantas em 1790. Apaixonado por aprendizagem, Goethe detalhou em seu livro sua teoria do desenvolvimento botânico a partir daquilo que ele considera como a planta original. Para o autor, quanto mais avançado está o vegetal em seu desenvolvimento, mais há a diferenciação das partes e também são desenvolvidas suas subordinações e conexões. Cada vegetal, apesar de parecer único, representa sempre pluralidade, assim como todo ser vivente. 

 

Sobre os tipos de metamorfoses das plantas, para o autor, há três tipos: regulares, irregulares e ocasionais. A primeira configura o caminho do progresso gradual tal como uma escada em que se avança de degrau em degrau. A segunda, também chamada de regressiva, ocorre quando é preciso retroceder para que determinada parte da planta possa se transmutar. De maneira semelhante, pode-se dizer que são os retrocessos da vida, os infortúnios que transformam nossa rotina, nosso jeito de ser e transforma, se aproveitada a lição, a pessoa para uma condição superior. Por fim, as metamorfoses ocasionais dependem das contingências do ambiente e de suas . No caso específico dos vegetais, da atuação dos insetos.

 

O caminho do progresso, então não é um caminho reto e que as modificações fazem parte do trajeto. 

 

É essencial flexibilidade e resiliência, adaptabilidade e esperança para que os resultados finais e a aprendizagem possam ser atingidos. Em muito se assemelha com a perspectiva da vida humana.

 

Paulo Hayashi Jr - Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp. 

 
 

 

 

 
 
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