Por Paulo Hayashi Jr.,
A palavra higiene tem origem no grego hygies, que significa sadio e também homenageia a deusa Hígia, da saúde e da limpeza. Para ela, a saúde está atrelada principalmente à prevenção das doenças e a continuidade dos bons hábitos. Neste sentido, tal como em um hospital, a higiene auxilia na construção superior do bem estar geral.
A higiene pode ser operacionalizada tanto do corpo físico e emocional, quanto do mental e social. O asseio corporal representa valioso fator para que se mantenha a condição de homeostasia e harmonia do ser biológico em seus diferentes pontos. Já a higiene emocional reflete a limpeza das emoções e sentimentos que enriquecem ou intoxicam a pessoa por dentro. As práticas do perdão, da ressignificação e do agradecimento possibilitam obter esta purificação. Mais do que acumular lixos emocionais, a pessoa deve se preocupar em cuidar de seus sentimentos para que não falte equilíbrio, tampouco se caia em situações depressivas ou em armadilhas afetivas. Em outras palavras, perdoar é praticar o bem mais para si do que para o agressor.
Por sua vez, a higiene mental configura a paz da mente e a não viciação intelectual em situações inóspitas. Quem faz o asseio mental organiza a casa das ideias, pensamentos e imaginação. Por fim, mas não menos importante, a higiene social. É essencial o cuidado das companhias, pois como nos lembra o ditado popular: "Quem com porcos anda, farelo come".
A higiene é valiosa demais para o sucesso. Por isso, cuidar das diferentes higienes configura o empenho do ser para a sua vitória final.
O líder orientador
Quem orienta sabe da necessidade da compreensão mútua e que, muitas vezes, é preciso se atentar às observações do apóstolo Paulo de Tarso: "Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns" (1 Cor, 9:22). Mais do que a superioridade vaidosa, a humildade que pavimenta o entendimento e as afinidades de seres que necessitam um do outro para o impulso do progresso e da colaboração. A vida com menos ego e orgulho torna-se clamor para a aprendizagem e a compreensão maior. O que favorece desenvolver a vida no equilíbrio justo e adequado. Por exemplo, o sol, caso quisesse secar o lago com a pretensão de ensinar, ou a chuva que viria torrencialmente com a intenção de mudar o deserto, entornaria as esperanças da melhora gradual. É vital que se saiba graduar a ajuda para não causar prejuízos maiores. De graduar a luz, pois esta pode provocar cegueira momentânea e rebeldia, quando vem forte em demasia.
Paciência, tolerância e equilíbrio são fundamentais para aqueles líderes orientadores que buscam na transformação íntima do ser a valiosa lição. Todavia, sem paciência e repetição, amparo e incentivos, a aprendizagem torna-se mero sonho. É essencial que o orientador se alinhe com a necessidade de ajudar, mas sem ferir ou desestimular. Por outro lado, aprender o ritmo de cada um não significa desperdiçar oportunidades e tempo. Mas de buscar o entendimento íntimo e o despertar de Cristo em cada um, segundo seu estado e preparo, potencial e aspiração. A luz deve brilhar sem temor.
Paulo Hayashi Jr. - Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.