Por Paulo Hayashi Jr. - Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.
Se o mundo é uma grande escola e a vida é a oportunidade da aprendizagem e do acúmulo do conhecimento e de experiências que nos levem a níveis superiores de ser, então pode-se destacar três aspectos fundamentais: trabalho, solidariedade e gratidão.
Por meio do trabalho, tanto a pessoa quanto o meio externo são modificados. Pelo exercício da função, não apenas se aquilata a inteligência como também a vontade de exercer o aprimoramento geral. O trabalho rende frutos que devem beneficiar o maior número possível de pessoas para que o modo altruísta predomine ao invés do egoísmo. Quem labuta sabe da importância do esforço e da necessidade de atender as exigências, bem como a postura pessoal e profissional. O trabalho dignifica a pessoa.
Por meio da solidariedade, há a movimentação de recursos emocionais e sentimentais que permitem o trabalho em grupo, o surgimento da sinergia da equipe, a coesão frente às dificuldades. Por meio de práticas de cooperação, há a pavimentação da preocupação com o próximo, da tolerância e generosidade. Em grupos que predominam a cooperação, a união fará a força em todas as ocasiões.
Por último, a gratidão é fruto de uma mente e coração em equilíbrio. A gratidão é o óleo que acaba com o atrito da raiva, do rancor e que motiva a continuidade do trabalho disciplinado. Quem agradece à Deus, aos familiares, aos amigos faz do seu dia a dia legítimo apostolado da serenidade. Felizes daqueles que colocam em prática as tais lições para o aprimoramento de si no mundo.
A transformação da sociedade
A existência humana é uma passagem de experiências na Terra. Pode ser boa ou má, dependendo das escolhas a serem feitas e, em especial pela vontade e esforços despendidos para sua melhoria. A autodescoberta e o aprimoramento de si faz da viagem interior prerrogativa essencial para que se possa crescer e frutificar de modo exuberante. Os frutos do trabalho honesto, consciencioso de levar a solidariedade, a assistência e a tolerância ao próximo dignifica o ser. Por meio dos frutos se percebe a qualidade da árvore, como já bem observava o mestre Nazareno.
Jesus Cristo é o jardineiro fiel que soube semear os ideais mais nobres e cuidar do entorno da planta. A vigia, a reflexão e a oração como maneiras de transformar potenciais em entregas de resultados que frutificam e transformam vidas para melhor. Modificam-se as paisagens, internas e externas, com destaque para as luzes do coração. A bondade espontânea e natural de Cristo nos inspira para sermos melhores, apesar das dificuldades.
Se buscamos uma sociedade melhor, como expressou Sócrates em sua República, apenas é possível a partir do momento que o indivíduo se aprimore. Com o aumento de bons indivíduos, há a melhora da coletividade. A transformação coletiva passa pelo sacrifício pessoal de ser cada dia melhor. De não se coadunar com suas más inclinações e, por isso, ser reformador de seu reino interior. Pensamentos, sentimentos, atitudes que precisam ser abrilhantados para que o reino de Deus, que está em nós, exteriorize-se com estabilidade e constância.