Por Paulo Hayashi Jr. - Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.
A existência na vida humana não passa sem os crivos dos problemas e empecilhos, as quais podem se transformar em dores e desespero, dependendo das respostas dadas às provações. A falta de conhecimento, a imaturidade, a incapacidade de mudar as respostas errôneas, a maldade agravam ainda mais os problemas. É essencial que o indivíduo desperte para aquilo que importa e que comece a almejar e a trabalhar para sua plena recuperação. Mesmo que leve tempo para isso. Todavia, não é de qualquer modo ou jeito. É vital que a direção seja a certa, assim como as condutas e atitudes utilizadas. O “como” é tão importante quanto os resultados.
Neste mundo-escola, Jesus é o mestre celestial que deixa como lição sua própria experiência como inspiração e exemplo. Não seriam os evangelhos legítimas lições de como romper com os padrões viciosos e adentrar em um círculo virtuoso de bondade, conhecimento e amor? A Boa Nova é que há alternativas e que todos podem acessá-las. Desejar sua recuperação é parte inicial da mudança desejada. A outra é manter-se firme e constante neste novo padrão de vibração e comportamento. A felicidade não é uma linha de chegada, mas de progredir na caminhada da perfeição. Quem percebe que está se purificando e progredindo, também acena para deixar de lado as dores e a existir com sentido. O céu e o inferno estão na consciência de cada um de nós. E alinhar-se com o Cristo, cósmico e interno, nos capacita e energiza para novas e grandiosas experiências, em especial, o progresso infinito do amor e da sabedoria.
Falatórios
A atividade cotidiana passa pela comunicação interpessoal para que as trocas e adaptações se realizem. Dependendo da habilidade dos comunicantes e da complexidade da mensagem e contexto, pode haver variação na qualidade da comunicação. Todavia, por mais simples que pareça ser a atividade, sempre é preciso estar atento para que os ruídos e as distorções não aconteçam.
A caridade na fala e na escuta auxilia na construção de um ambiente salutar de trabalho e de cooperação. Falar sem a intenção de agredir e ouvir sem a intenção de retrucar são atividades essenciais para que surja a parceria. Por sua vez, os falatórios desvairados e sem piedade tornam-se como ferrugens que minam as bases da amizade e de um clima justo ao trabalho sincero. Falar demais e escutar de menos são maneiras de ruir a boa vontade no caminho de Jesus.
Para os missionários da luz, é vital que a caridade venha também dos pensamentos para a boca e ouvidos. A caridade de semear o verbo edificante e de ouvir com o coração são parte da trilha da perfeição. Agir de modo inescrupuloso apenas semeia furações. Com a calma, o bom senso e a responsabilidade, as palavras podem construir a esperança e a ajuda mútua. Quem ilumina e enobrece a comunicação consegue ser um instrumento que edifica a paz e o amor. Os falatórios nada agregam. Por outro lado, a palavra amiga e cristã, o ouvido atento, a atitude de estar presente por completo, favorece o acolhimento do outro na compreensão para o progresso do ser. Não apenas o verbo está na construção do mundo, mas em seu embelezamento e vida.