Por Paulo Hayashi Jr. - Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.
O magnetismo e a luz pessoal de Jesus Cristo tornavam-no companhia ideal para que as pessoas pudessem refazer suas energias e se preparar para o enfrentamento dos desafios e dificuldades vindouras. Todavia, este oásis espiritual não poderia ser local de improdutiva preguiça ou da inércia desproporcional. O sublime mestre trabalhava sempre. Por isso, assim que o doente se recuperava, Jesus pedia para que ele retornasse às atividades e aos seus. "Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti" (Marcos 5:19). É o estímulo ao trabalho que dignifica o ser e que permite a criação de seu próprio valor. Por meio da labuta, o ser se aperfeiçoa e também auxilia no progresso geral. Não seria o trabalho companhia benquista do discípulo atento?
A disciplina ao trabalho e o amor ao que se faz torna o indivíduo integrado tanto na sociedade quanto consigo mesmo. É a aprovação de sua consciência com aquilo que abraça como tarefa para a sua vida. Uma existência útil e produtiva. Quem faz aquilo que é necessário, não permite espaços para os queixumes e ondas negativistas que ecoam em uma mente desocupada. É essencial que o indivíduo conheça a si mesmo, suas vocações e fortalezas para encontrar sua missão de vida. Felizes daqueles que trabalham cumprindo a sua missão e realizando o progresso necessário para os seus espíritos, pois assim os dias passarão e não serão em vão. Com o passar do tempo, os tesouros atemporais se acumularão de forma natural e para sempre.
A fé viva
Ciente de sua volta ao plano espiritual, Jesus Cristo pede ao Pai Celestial que não deixe esmorecer a fé viva entre os seus discípulos. Dentre os diferentes recursos à disposição dos emissários de Cristo, guarda a fé papel fundamental. Por meio dela, há a confiança tanto em Deus quanto em seus recursos pessoais, a crença e a certeza de que tudo acabará bem no final. Quem possui fé, não fica paralisado de medo e por mais difícil que pareça a situação, há o devido trabalho e movimentação na caminhada de ascensão.
A confiança em dias melhores, a esperança de que as dores passarão, a certeza da vitória, a crença de que Deus está com eles são fundamentais para seguir adiante. De não cair em um pessimismo improdutivo ou do queixume doentio que apenas atrapalha. Quem cultiva a vigorosa fé consegue suportar períodos e situações difíceis.
Todavia, a tarefa de levantar tal crença é como o desenvolvimento do nobre carvalho. Não é do dia para a noite que a robusta árvore cresce. É necessário tempo e paciência, trabalho e disciplina para que tal gigante possa estar à disposição. É vital que a pessoa saiba lidar com as injúrias, os desapontamentos causados até mesmo por pessoas próximas e afins. A negação de Pedro ou a traição de Judas mostram tais exemplos que a todos estão sujeitos e que servem como provas cabais para a consolidação da fé. Quanto mais testada estiver a fé, maior valor terá demonstrado e útil será para situações vindouras. Felizes daqueles que têm as oportunidades da fé. Maiores são aqueles que saíram vitoriosos em companhia de Cristo..