Por Paulo Hayashi Jr. - Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.
A vida passa por ciclos e a sua transitoriedade e mudança representam a constância da existência. Não são os fenômenos materiais os duradouros, mas os imateriais, sutis ou até mesmo como destaca o personagem Pequeno Príncipe, o "essencial é invisível aos olhos". É por meio da percepção e reconhecimento da transitoriedade da existência material que a consciência se alarga para fenômenos cósmicos, espirituais e assim, é possível se alinhar com o divino. A graça de Deus não vem de “graça”, mas é preciso esforço para se aproximar do Pai e de realizar a boa semeadura com fé. Apenas quem trabalha hoje pode ter a certeza de que a colheita será adequada, pois, justo é que cada um colha o que plantou. Neste caso, quem semeia tempestade colherá ventania, enquanto que aquele que soube utilizar o presente com gratidão, inteligência e utilidade fará do reino dos céus não um palavrório em vão, mas a vivência digna e prestimosa.
Por meio da inspiração e exemplificação que o Filho de Deus se torna participante leal da herança do Pai e de possuir cada vez mais. Apenas quem soube ser fiel com pouco será também com muito (Lucas 16:10). Ademais, meritória é a virtude de realizar sem esperar nada em troca. É a caridade que se faz sem olhar para quem. A caridade desinteressada representa ação superior, pois internaliza o bem como ação voluntária do ser, como parte da sua própria natureza. A transitoriedade possibilita o destaque do progresso e do autodesenvolvimento do espírito rumo à perfeição.