Por Paulo Hayashi Jr. - Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp
Como seres humanos, somos ponte entre a herança animal e o projeto divino de desenvolvimento e perfeição. Somos também a ligação entre a aparência da matéria e a essência do espírito. Da parte oculta do inconsciente com o lado restrito da consciência. À quem nos procura para respostas, somos aqueles que precisam primeiro aprender a se autoconhecer para discernir com propriedade aquilo que somos. Não temos as respostas prontas, mas temos a capacidade de investigar e conhecer com autêntico valor de espírito. Não apenas olhar de soslaio, mas de penetrar no mito e desvendar as questões mais profundas. Se a integralidade exige completude por meio da realização dos opostos, somos aqueles que buscam se integrar com a verdade maior. Mesmo que seja à revelia de nossas expectativas, bem como do abandono de nossos velhos hábitos. A dureza da realidade exige confrontação e aceitação, esforço e estudo, perdão e trabalho para seguir adiante.
O avanço na existência pede sacrifícios, pois sabe da parcela de nossas dívidas e karmas, mesmo que de tempos longínquos. A caducidade por esquecimento ou vencimento não funciona no plano imaterial, pois as dívidas representam lições falhas, oportunidades futuras de aprendizagem, cenários de reencontros e refazimentos. A moeda de troca não é a vingança, mas o amor que tudo constrói e sela, dignifica e pacifica. O amor é o grande terapeuta d’alma que conecta corações a se ajudarem. Apenas assim, o ser humano conseguirá ultrapassar a ponte da existência e a alcançar o devido marco da felicidade.
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