Rio de Janeiro recebe os grandes líderes internacionais, num aumento de acirramento das tensões geopolíticas
Fonte: 247 – Nesta segunda-feira, o Rio de Janeiro foi palco da cúpula do G20, evento que marca o encerramento da presidência brasileira do bloco. Os chefes de Estado das 20 maiores economias do mundo, acompanhados de representantes da União Europeia e União Africana, terão dois dias de intensas discussões sobre temas cruciais, como mudanças climáticas, paz mundial, combate à fome e a taxação de grandes fortunas.
As expectativas são altas, especialmente em um momento em que as negociações climáticas da COP29, em Baku, Azerbaijão, enfrentam dificuldades para estabelecer um novo compromisso de financiamento climático. António Guterres, secretário-geral da ONU, que já está no Rio, enfatizou a importância do papel do G20, destacando que “eles representam 80% das emissões globais” e que o momento exige liderança exemplar das maiores economias.
Com foco na transição energética, combate à pobreza e reforma da governança global, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) delineou prioridades claras para sua presidência do G20. No entanto, as discussões não serão isentas de desafios. Os impasses que travam as negociações da COP29 também refletem as divisões no G20, onde países desenvolvidos, particularmente da Europa, defendem uma ampliação da base de financiadores para incluir nações em desenvolvimento mais ricas, como China e grandes produtores de petróleo do Oriente Médio.
A declaração final do encontro, prevista para mencionar uma “discussão colaborativa” sobre a taxação de grandes fortunas, deve ser um dos temas mais acompanhados. A formulação inicial, que defende a troca de experiências entre países, só deve ser mantida se nenhum participante solicitar a reabertura das discussões.
O Brasil busca consolidar avanços e imprimir um legado de sua liderança, apesar de um ano de desafios geopolíticos e tensões que marcaram as reuniões ministeriais anteriores. O governo brasileiro tenta, ainda, lançar iniciativas como a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e o G20 Social, que visa integrar a sociedade civil às discussões globais. No entanto, a continuidade desses projetos após a transição da presidência para a África do Sul e, posteriormente, para os Estados Unidos, permanece incerta, especialmente com a volta de Donald Trump ao poder.
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