“Pense bem. Reflita sobre isso. A única pessoa que pode te aconselhar é você mesmo. Se for isso que você deseja, vamos fazer uma grande festa no melhor local que tiver na região. A despesa será por minha conta”.
Segundo informações do seu grande amigo e vizinho, Altair Fabris, ele estava internado há vários dias em Brasília. Seu corpo está sendo transladado para Rondonópolis, onde o enterro deverá acontecer nesta sexta-feira, 21.
Na década de 70, João Batista de Lima, irmão mais velho da Família Lima (ele não era músico), músicos consagrados internacionalmente, residia em São Miguel do Iguaçu, onde era conhecido como Joãozinho do Trânsito, sendo inclusive, o vereador mais votado no município por muitos anos (1.280 votos), se não me falha a memória.
Há mais de 30 anos, migrou para o Mato Grosso, acompanhando os passos da Família Maggi – com quem mantinha, especialmente com o Patriarca André Maggi, a dona Lúcia e o seu filho Blairo, uma relação muito próxima.
Pessoalmente, tive a honra e o privilégio de conviver com ele e os seus familiares por muitos anos em São Miguel do Iguaçu. Antes de ontem, coincidência ou não, passei o dia revirando os arquivos do Jornal, para atender um pedido dele através da sua esposa Vera. Ele queria ver se encontrava fotos dele com o seu André Maggi, da época em que morava em São Miguel do Iguaçu.
Infelizmente, não consegui localizar – e ontem, o Lino me ligou dizendo que o nosso amigo João Batista de Lima, havia acabado de falecer.
Espero dedicar um bom tempo escrevendo a respeito das nossas peripécias dos tempos áureos, quando o nosso município tinha uma população de 68 mil habitantes – e a vida era uma pulsação às vezes gostosa, com pitadas revoltantes e até atemorizantes – mas que, no fundo, nada mais era do que aprendizados que passo a passo vai moldando a nossa vida e nos levando ao que hoje somos.
Uma das idiossincrasias pessoais do nosso amigo João, sem sombra de dúvida era a sua bravura, o seu companheirismo e o inconfundível sorriso amistoso, generoso, o seu cartão de visita pessoal e intransferível.
Me lembro, como se fosse hoje, na época, com 20 anos de idade, num final de tarde, indo para casa, eu disse a ele que estava pensando em casar com a mãe dos meus filhos com quem estava namorando a cerca de um ano.
Ele parrou o carro – um fusquinha azul – desligou o motor – respirou fundo e me disse: “Pense bem. Reflita sobre isso. A única pessoa que pode te aconselhar é você mesmo. Se for isso que você deseja, vamos fazer uma grande festa no melhor local que tiver na região. A despesa será por minha conta”.
E isso, de fato aconteceu. Minha festa de casamento foi realizada no Hotel Capri em Medianeira que na época, era o lugar mais Top da região. Vai com Deus meu eterno amigo – desculpe por esta falta de visitação, essa falta de respeito e consideração nos últimos 30 anos – mas, acredite esse foi um tempo de crescimento e evolução. E prometo, tirar um tempo para contar muitas histórias bem humoradas – de um período que faz parte da nossa jornada terrena que jamais será esquecida.
Uma dessas histórias, lembrei ontem ao meu amigo Lino, quando ele me deu essa notícia. Na década de 70, nós fazíamos aulas de Karatê no Country em Foz do Iguaçu, onde íamos duas vezes por semana. E numa sexta feira, logo após a aula, fomos tomar um suco de laranja na Avenida em Foz, onde se concentrava todo o movimento.
Na mesa em frente, três pessoas, que depois fiquemos sabendo que eram agentes da Polícia Federal, estavam bebericando e ao lado um cachorro de porte avançado – que não parava de olhar para o meu amigo João. Moral da história – o João invocou com o cachorro e o passo seguinte foi uma confusão generalizada – horas mais tarde, lá estavam nós, dentro da Delegacia da Polícia Federal.
Com a sua impetuosidade de sempre – ele já foi falando. Antes de ser preso, tenho o direito de um telefonema. Seu pedido foi atendido, ele pegou o telefone e discou e em seguida começou a falar. “Eu estou aqui na Delegacia da Polícia Federal de Foz do Iguaçu Governador, e gostaria que o senhor conversasse com o Diretor”, devolvendo o telefone para o policial. Ele ligou para o governador João Elísio Ferraz de Campo, governador na época. Minutos depois tudo estava resolvido. Essa é uma de muitas...
Aos amigos e familiares um Abraço Fraternal. Ao Raje, ao Rony e ao Toco e aos demais familiares, tristeza, por um dia ou dois no máximo – não vejo a morte como um fim, e sim, como a passagem para uma outra dimensão, onde a nossa vida propriamente dita que é a nossa Alma, vai dar sequência na sua evolução.
Nosso corpo físico, nada mais é do que a nossa morada/terrena, nosso ponto de passagem. A nossa Alma, a nossa verdadeira Vida, nasce e renasce até evoluirmos e chegarmos a ser um SER humano de VERDADE - como nos ensina o Mestre dos mestres: – “Vida é Consciência, Consciência é Vida”.